Farinha de moscas em dietas para Siluriformes: crescimento, eficiência de utilização dos nutrientes, metabolismo e status oxidativo
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Zootecnia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/33506 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.815 |
Resumo: | A intensificação dos sistemas de produção faz-se necessário para atender à crescente demanda por alimentos de origem animal e contribuir para a segurança alimentar. Nesses sistemas, o uso de rações de alta qualidade é essencial para proporcionar rápido crescimento dos peixes e minimizar os impactos ambientais. Nesse contexto, as farinhas de insetos apresentam-se como uma alternativa promissora para atender a demanda por ingredientes proteicos devido ao seu elevado teor de proteína, lipídios, vitaminas e minerais, além de exigir menos recursos em sua produção em comparação com ingredientes tradicionais. A farinha de mosca doméstica (FMD) e a farinha de mosca soldado negra (FMSN) têm demonstrado potencial pelos efeitos benéficos na produtividade, saúde intestinal e bem-estar dos peixes. Dessa forma, é essencial o desenvolvimento de rações mais sustentáveis ambientalmente e eficazes na produção dos peixes nativos da América do sul, como o pintado amazônico, Pseudoplatystoma reticulatum x Leiarius marmoratus, e o jundiá, Rhmadia quelen. Para tanto, foram realizados dois experimentos onde objetivamos avaliar a substituição da proteína da farinha de peixe (FP) pela proteína da FMD sobre o crescimento e a eficiência de utilização dos nutrientes do híbrido Pseudoplatystoma reticulatum x Leiarius marmoratus, no primeiro experimento, bem como avaliar a inclusão da FMSN sobre o crescimento, a eficiência de utilização dos nutrientes e status redox do jundiá, Rhamdia quelen, no segundo experimento. No primeiro experimento, juvenis de P. reticulatum x L. marmoratus foram distribuídos aleatoriamente em 25 aquários e alimentados com dietas contendo níveis crescentes de substituição da proteína da FP pela da FMD (0; 25; 50; 75 e 100%) durante 60 dias. Não foram observados efeitos significativos da substituição da proteína da FP pela da FMD para as variáveis de desempenho produtivo, índices corporais, variáveis metabólicas e status redox. Esses resultados indicam que a proteína da FMD pode substituir até 100% da proteína da FP em dietas para o híbrido P. reticulatum x L. marmoratus sem comprometer o crescimento e a saúde dos peixes. No segundo experimento, juvenis de jundiá foram distribuídos aleatoriamente em 25 aquários e alimentados com dietas contendo níveis crescentes de inclusão da FMSN (0; 5; 10; 15 e 20%) durante 80 dias. A inclusão da FMSN não influenciou as variáveis de desempenho produtivo e índices corporais, com exceção do rendimento da carcaça e do índice viscerossomático. Os peixes alimentados com as dietas contendo 5, 15 e 20 % de inclusão da FMSN apresentaram maior rendimento de carcaça e menor índice viscerossomático que os peixes alimentados com dieta isenta de FMSN (controle). Da mesma forma, não houve efeito significativo da inclusão da FMSN para a composição química da carcaça e variáveis metabólicas, exceto para os níveis de glicose plasmática. Os peixes alimentados com as dietas contendo 15 e 20% de inclusão da FMSN apresentaram maior teor de glicose plasmática do que o controle (sem FMSN) e que o tratamento com 5% de inclusão de FMSN. Para as variáveis do status redox hepático, foram observados efeitos significativos da inclusão da FMSN apenas para a atividade das enzimas superóxido dismustase (SOD) e glutationa-S-transferase (GST). Embora o tratamento com 20% de inclusão tenha apresentado atividade da SOD maior do que dos peixes alimentados com as dietas com 5 e 10% de inclusão, nenhum dos tratamentos com FMSN apresentou atividade da SOD diferente do controle. A atividade da GST no fígado dos peixes alimentados com dietas contendo 15 e 20% de inclusão de FMSN foi maior do que nos peixes do controle, o que indica maior proteção contra espécies reativas de oxigênio. Portanto, é possível incluir até 20% de FMSN em dietas para juvenis de jundiá sem prejuízos para o crescimento e a eficiência de utilização dos nutrientes, além de contribuir com maior rendimento de carcaça. Contudo, ainda são necessários novos estudos para avaliar níveis mais altos de inclusão da FMSN, uma vez que no presente estudo não foi possível estabelecer níveis máximos de inclusão para essa espécie. Dessa forma, as farinhas de moscas avaliadas se mostraram como ingredientes de alta qualidade e, portanto, podem ser utilizadas em rações para o híbrido P. reticulatum x L. marmoratus e Rhamdia quelen. Para avaliar a sustentabilidade de seu uso em dietas para peixes cultivados, ainda são necessários estudos que mostrem o impacto da utilização de farinha de moscas sobre a qualidade da água de cultivo e nos efluentes da criação. Palavras-chave: antioxidantes; ingredientes alternativos; nutrição de peixes; sustentabilidade. |