Resumo: |
A literatura sobre diferenciação de rendimentos por gênero no Brasil possui diversos trabalhos capazes de comprovar a existência de um hiato salarial a favor dos homens. Não só isso, a literatura também evidencia que essa diferenciação se dá em um contexto de discriminação contra as mulheres. Apesar disso, não foram encontrados trabalhos abordando o tema especificamente para os mercados de trabalho do Brasil e da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) nos anos de 2002, 2013 e 2015. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo analisar a discriminação salarial entre homens e mulheres para o Brasil e para a região metropolitana de São Paulo (RMSP), com o enfoque no mercado privado da área urbana dos mesmos, para os anos de 2002, 2013 e 2015. Para atingir este objetivo, o embasamento teórico foi a teoria do capital humano, que prioriza um conjunto de características produtivas de determinado indivíduo como determinantes do seu rendimento. Na metodologia, foram utilizados o Modelo de Seleção Amostral de Heckman, para analisar o diferencial de rendimento entre homens e mulheres, e a decomposição de Oaxaca-Blinder, para decompor as diferenças nos atributos produtivos, e discriminação por gênero. Os resultados indicam que de fato os homens recebem mais do que as mulheres nos dois mercados de trabalho, embora as mulheres apresentem melhores atributos produtivos, como escolaridade, sendo que em ambos os mercados, para todos os anos analisados, foi encontrada discriminação de rendimento contra as mulheres. Apesar disso, foi verificada uma tendência de redução do hiato salarial nesses mercados, sendo que todo o progresso conquistado entre 2002 e 2013 através das políticas governamentais adotadas (política de valorização do salário mínimo, políticas de transferência de renda e incentivo ao consumo) e das mudanças verificadas no mundo do trabalho (geração de empregos, formalização e aumento da renda) não foi perdido mesmo após a crise econômica de 2014. |
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