Distribuição das formigas cultivadoras de fungo Mycetophylax endêmicas de restinga: modelagem de nicho e efeito do solo na distribuição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Ana Beatriz Borges da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28501
Resumo: O conhecimento sobre a distribuição geográfica das espécies e as interações entre fatores abióticos e bióticos são um dos aspectos fundamentais para testar premissas ecológicas sobre o nicho, condições ideais de ocorrência e adaptação. Estas informações são base para a compreensão de padrões que atuam e sustentam a distribuição das espécies. Atualmente a modelagem de distribuição potencial de espécies (MDP) realizada através do mapeamento da biodiversidade é uma importante ferramenta para elaboração de estratégias de conservação. As formigas são organismos altamente plásticos no que concerne a distribuição espacial, comportamentos e hábitos de vida. O gênero Mycetophylax (Myrmicinae-Attini) possui 21 espécies, das quais três são endêmicas de restingas (Mycetophylax conformis, Mycetophylax morschi e Mycetophylax simplex). Assim, o presente estudo visou modelar a distribuição potencial destas espécies utilizando seis algoritmos para elaboração do mapa consenso final de cada espécie, com o intuito de averiguar a adequabilidade ambiental de M. conformis, M. morschi e M. simplex, endêmicas de restingas. Além da modelagem de distribuição potencial, realizamos análises para a observação entre a ocorrência destas espécies endêmicas, com as categorias granulométricas da areia predominante da praia ou região em que estas espécies possuem registro. Os resultados gerados pelos mapas de consenso delinearam áreas de adequabilidade que extrapolam as áreas de registro de ocorrência destas três espécies. Os resultados granulométricos dos solos, indicaram que as categorias granulométricas dominantes são representadas por areias médias e areias finas para a maioria das praias analisadas, sendo que as areias da região Nordeste apresentam granulometrias heterogêneas e areias das regiões Sudeste e Sul, categorias homogêneas tendenciado para predominância de grãos finos. As espécies responderam a seis categorias granulométricas, foi observado a especificidade das categorias granulométricas correlacionadas a distribuição destas. A distribuição da espécie M. conformis se correlaciona a solos com predominância de grânulos e areia grossa; M. simplex se distribui por solos com predominância de areias finas e muito finas; M. morschi apresenta a distribuição em todas categorias e possui maior amplitude de ocorrência em toda costa brasileira, mas tende a ocorrer em granulometrias médias e finas. Conclui-se que as abordagens utilizadas, sendo a modelagem de nicho e análise granulométrica do solo, elucidaram questões e forneceram importantes dados de fatores abióticos que integram as condições de habitats favoráveis à distribuição. Esse conjunto de características edáficas e climáticas são elementos que compõe a estrutura ecológica das espécies e seu habitat, portanto podem ser utilizados como fomento a discussão e tomadas de decisões que visem planos de conservação de espécies, endêmicas e todo o ecossistema de restinga.