Florística e estrutura horizontal de uma Floresta Estacional Semidecidual Montana Mata do Juquinha de Paula, Viçosa, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Silva, Nívea Roquilini Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Mestrado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3194
Resumo: O presente estudo teve como objetivo a caracterização da vegetação e análise da estrutura da comunidade arbórea ao longo de uma toposseqüência em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Montana localizado no município de Viçosa, Zona da Mata mineira (20º45 S e 42º55 W). O clima da região é tropical de altitude, com verões chuvosos e invernos frios e secos, Cwb pelo sistema de Köppen. Para o levantamento florístico e fitossociológico foram lançados cinco faixas compostas de quatro parcelas retangulares contíguas de 10 x 25 m, espaçados de 80 m, ao longo de um gradiente topográfico, partindo da toposseqüência baixada, em área ciliar, até o topo. Nas parcelas, foram amostrados todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com circunferência do caule a 1,30 m de altura (CAP) igual ou superior a 15,0 cm. A composição florística constou de 127 espécies, pertencentes a 80 gêneros e 41 famílias. As famílias mais ricas em espécies foram: Lauraceae, com onze espécies, Euphorbiaceae, Annonaceae e Mimosaceae, com oito espécies, e Myrtaceae, com sete espécies. Considerando Leguminosae como uma única família (sistema de Engler apud Joly, 1977), esta ocuparia a primeira posição em riqueza florística. Os gêneros mais ricos foram: Casearia, Ocotea, e Inga. Na fitossociologia, foram amostrados 1.275 indivíduos arborescentes e 118 mortos em pé. As famílias mais importantes, em ordem decrescente de VI, foram: Euphorbiaceae, Annonaceae, Mimosaceae, Lauraceae e Myrtaceae. As espécies que mais se destacaram em valor de importância foram: Mabea fistulifera Mart., Xylopia sericea St. Hil., Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr., Xylopia brasiliensis Spreng. e Lacistema pubescens Mart. As árvores mortas responderam por 21% do VI, o que provavelmente resultou do isolamento do fragmento e da infestação por cipós. A análise de solos revelou fertilidade baixa, apresentando discreta melhora nas parcelas localizadas na baixada, o que se explica por ser este um ambiente de acúmulo na topografia em questão. Tanto a análise de similaridade florística quanto a análise de correspondência canônica (CCA) mostraram a formação de dois grupos, um com as parcelas mais ao topo e outro com as da baixada, enquanto as parcelas da encosta mostraram-se mais dispersas, evidenciando um ambiente de transição entre os extremos topográficos. As parcelas do topo responderam aos fatores edáficos argila e alumínio, apresentando menor diversidade florística, o que sugere seletividade de espécies na colonização dos ambientes de topo na região. Nesse ambiente, Mabea fistulifera, Xylopia sericea e Maprounea guianensis destacaram-se com valores elevados de densidade, apresentando, portanto, potencial para utilização em projetos de restauração florestal das partes mais altas do relevo na Zona da Mata mineira.