Biofortificação de soja com zinco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Geovani do Carmo Copati da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11561
Resumo: A soja é uma das culturas de maior importância econômica no Brasil e no mundo e contribui fortemente para a economia nacional. A utilização de seus grãos na alimentação humana encontra-se em crescente expansão. Por isso, a biofortificação agronômica dos grãos de soja pode representar importante ferramenta no combate às carências nutricionais da população, uma vez que visa enriquecer os alimentos por meio do manejo da cultura, em especial da adubação. Além disso, o enriquecimento de sementes com micronutrientes tem aumentado a produtividade das culturas. No entanto, pouco se conhece a respeito do potencial de acúmulo de Zn em grãos de soja, tampouco os efeitos deste enriquecimento na produtividade da cultura. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de biofortificação de grãos de soja com Zn pelo manejo da adubação e os efeitos do enriquecimento na qualidade fisiológica das sementes e na produtividade da cultura. O estudo foi dividido em três etapas: enriquecimento dos grãos/sementes; avaliação da qualidade fisiológica das sementes enriquecidas e avaliação da produtividade das plantas oriundas das sementes enriquecidas com Zn. Todas elas foram conduzidas em casa de vegetação. O solo e o preparo do solo foram comuns na primeira e terceira etapa. Utilizou-se 4 dm³ de um Latossolo Vermelho-Amarelo da região de Viçosa-MG. A calagem foi feita utilizando uma mistura de CaCO 3 e MgCO 3 e o solo foi umedecido a 80 % da capacidade de campo e incubado por 15 d. As adubações foram realizadas de acordo com Novais et al. (1991). O P e o Zn foram aplicados no volume total do solo no dia do plantio. Os demais macro e micronutrientes foram parcelados em cinco aplicações. Foram cultivadas quatro plântulas da cultivar TMG 1175 RR. A Etapa de enriquecimento das sementes teve oito tratamentos, com três doses de fertilização de Zn no solo (0, 4 e 8 mg dm^-3) e seis doses foliares de Zn (0, 4, 8, 12, 16 e 24 kg ha^-1) combinadas com a dose de referência de 4 mg dm^-3 para o solo. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados com cinco repetições. A adubação foliar de Zn foi realizada no estádio R3 e a fonte de Zn utilizada foi o sulfato de zinco. Determinaram-se os componentes de produtividade e os teores de macro e micronutrientes nos grãos. Foi realizado o mapeamento microquímico das sementes em Espectrometria de microfluorescência de raios X por dispersão de energia (μEDXRF) para determinar a localização do Zn nas sementes. Na segunda etapa, as sementes com teor de Zn de 35,1 a 68,5 mg kg^-1 foram semeadas em leito de areia e realizou-se a contagem diária do número de plântulas emergidas. Foram determinadas a porcentagem de emergência (EP), o índice de velocidade de emergência de plântulas (IVE), a velocidade de emergência de plântulas (VE) e a massa de plântulas secas (mMS_Pl). O experimento da terceira etapa foi composto por dez tratamentos, constituído por um fatorial 2 x 5: doses de Zn no solo (0 e 4 mg dm^-3) e teores de Zn nas sementes (35,1; 51,5; 56,8; 62,5 e 68,5 mg kg^-1). Foram avaliados os componentes de produtividade. A aplicação de doses de Zn no solo e a combinação das aplicações no solo e nas folhas não tiveram efeito sobre a produção. No entanto, estas causaram aumento de 75 e 95 % no teor de Zn nos grãos, respectivamente, em relação ao controle. O teor máximo de Zn nos grãos foi 68,4 mg kg^-1, obtido com a dose foliar de 22,97 kg ha^-1 combinada com a aplicação de 4 mg dm^-3 no solo. Com exceção do Ca e Mg, o enriquecimento dos grãos com Zn não correlacionou-se significativamente com o teor dos demais macro e micronutrientes nos grãos. O Zn se acumulou preferencialmente no eixo embrionário, mas também houve acúmulo nos cotilédones das sementes ricas em Zn. O teor de Zn nos grãos de soja, na faixa entre 35,1 e 68,5 mg kg^-1, não teve efeito sobre o vigor das sementes. Analogamente, os componentes da produtividade não foram influenciados pelos teores de Zn nas sementes. Logo, a cultura da soja apresenta potencial para biofortificação dos grãos com Zn. Porém, este enriquecimento, na faixa de teor entre 35,1 e 68,5 mg kg^-1, não afeta a qualidade fisiológica de sementes e nem a produtividade da cultura em um solo com 0,67 mg dm^-3 de Zn por Mehlich-1.