Efeitos da instabilidade da taxa de câmbio no comércio setorial entre Brasil e seus principais parceiros comerciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Bittencourt, Geraldo Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos
Mestrado em Economia Aplicada
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/70
Resumo: A taxa de câmbio é considerada uma das variáveis mais relevantes de uma economia aberta em seu relacionamento com o exterior. No entanto, o aumento da integração no mercado financeiro, a difusão do sistema de câmbio flutuante e a onda de liberalização comercial da década de 1980 e início de 1990 expuseram países desenvolvidos e em desenvolvimento a grandes oscilações nas taxas de câmbio. Como resultado, os efeitos da incerteza cambial sobre os fluxos comerciais internacionais vêm, cada vez mais, tornando-se interesse particular para muitos pesquisadores e formuladores de políticas. No caso do Brasil, o comércio exterior tem alcançado números recordes de exportação e importação, sendo a China, EUA, Argentina, Holanda, Japão, Alemanha e Chile, seus principais parceiros comerciais nos setores de máquinas e equipamentos de transporte, manufaturados, metais e minerais, agropecuário e químico. Entretanto, ressalta-se que o Brasil e seus parceiros comerciais passaram por diferentes momentos de instabilidade econômica e consequente flutuações de preços e taxa de câmbio, o que tem afetado o comércio e a alocação de investimentos. Diante desse cenário de incertezas cambiais e de evolução da participação brasileira no comércio internacional, o presente estudo se propôs a avaliar como a instabilidade cambial tem afetado os fluxos de exportações e importações setoriais do Brasil com seus principais parceiros comerciais, no período de 1989 a 2011. Os impactos das barreiras tarifárias, custos de transporte (distância) e níveis de renda também foram analisados. Para responder a essa questão, foram realizadas estimações de uma equação gravitacional para as exportações e importações setoriais entre o Brasil e seus principais parceiros comerciais considerados, no período de 1989 a 2011. Os principais resultados obtidos pelo presente estudo sugerem que o crescimento do nível de renda, a redução das barreiras tarifárias e menores distâncias contribuem para aumentar o comércio brasileiro com esses países. Em relação à avaliação dos efeitos da incerteza cambial sobre o comércio setorial brasileiro, os resultados para as importações e exportações revelaram que a instabilidade cambial e o efeito third country (instabilidade cambial de um terceiro país) são prejudiciais para todos os setores, evidenciando que os dois fluxos de comércio setorial entre o Brasil e seus principais parceiros comerciais são negativamente afetados não só pela própria incerteza cambial, mas também pela volatilidade da taxa de câmbio dos parceiros. No entanto, o que diferencia os resultados para as exportações e importações é a maior variabilidade e magnitude dos coeficientes estimados para os fluxos de importações setoriais do Brasil, o que evidencia a relevância de estudos como este, com análises desagregadas por setores e tipos de fluxo comercial. Conclui-se assim, que esses impactos diferenciados por setores, quando considerada a instabilidade cambial do país e dos parceiros, podem ser em decorrência de um encarecimento do capital estrangeiro demandado por setores que necessitam de elevados níveis de investimentos iniciais, como o setor de máquinas e equipamentos, metais e minerais e manufaturados, consequência de um setor financeiro em desenvolvimento, ou no caso dos fluxos comerciais como um todo, consequência da incerteza que faz com que os empresários passem a investir em setores para os quais possuem maior conhecimento de mercado e menores riscos, ou simplesmente priorizar o mercado doméstico.