Abordagem ecotoxicológica para avaliação de reatores anaeróbios com meio suporte e com microrganismos eficientes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Medeiros, Victor Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/24705
Resumo: Nesta pesquisa foi avaliado o tratamento anaeróbio de esgotos sanitários em reatores UASB por meio de bioanálises ecotoxicólógicas. O esgoto bruto foi coletado periodicamente na rede coletora do município de Viçosa, Minas Gerais e utilizado para abastecer três diferentes reatores anaeróbios em escala de bancada e fluxo contínuo: um reator UASB convencional, um reator UASB inoculado com microrganismos eficientes e um reator anaeróbio híbrido. O tratamento foi avaliado por meio da remoção de matéria orgânica (DQO e DQOf), toxicidade em Ceriodaphnia dubia, Raphidocelis subcapitata e atividade estrogênica pelo teste YES (Yeast Estrogen Screen). Os resultados demonstraram que o esgoto sanitário apresentou característica de pouca biodegradabilidade, relações DBO/DQO de 0,3 ± 0,1 e elevadas concentrações de N- NH3 de 57,9 ± 24,8 mg L-1. Os reatores apresentaram forte dependência do tempo de detenção hidráulica (TDH) e o tratamento neles melhorou com a progressiva diminuição do TDH até 6h, que resultou em eficiências de remoção de DQO e DQOf maiores que 70 e 90%, respectivamente, no reator UASB convencional, devido ao acréscimo da carga orgânica volumétrica. Todas as amostras apresentaram toxicidades remanescentes para C. dubia e R. subcapitata. Para o organismo C. dubia, os reatores foram ineficientes na remoção de toxicidade aguda, que foi produzida em muitas amostras. Os efeitos sobre letalidade em C. dubia foram relacionados com as elevadas concentrações de N-NH3 no esgoto e na ineficiência dos processos anaeróbios em remover nitrogênio. Para o efeito crônico sobre a reprodução da C. dubia, remoções maiores que 90% foram encontradas para todos os três reatores. Em R. subcapitata, foi observada variações entre remoção e produção de toxicidade e os dados sugerem que o desempenho do processo anaeróbio e as condições hidráulicas são a chave para a remoção da toxicidade neste organismo. A R. subacapitata foi o organismo mais sensível dentre os testados nessa pesquisa e, portanto, o mais indicado para os testes de toxicidade nesta matriz. Valores de 39,3 a 85,7 ng equivalentes de estradiol (EQ-E2) L-1 foram encontrados para o esgoto tratados dos reatores, com estrogenicidade produzida em todos os TDHs provavelmente devido à desnconjugação dos compostos estrogênicos durante o tratamento. Nenhuma diferença estatística nas remoções de matéria orgânica, toxicidade ou estrogenicidade foi encontrada entre os reatores, sugerindo que nas condições amostradas a modificação dos reatores pela inoculação dos microrganismos eficientes ou inserção do meio suporte não causou efeito significativo sobre o desempenho dos reatores. Para a melhor remoção de toxicidade em R. subcapitata indica-se a operação do reator UASB em TDH de 9 h e carga orgânica volumétrica acima de 2,5 kg m-3 d-1.