Machos diplóides em colônias endogâmicas de Melipona quadrifasciata (Hymenoptera, Apidae): análises morfológica e genética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Irsigler, André Southernman Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10280
Resumo: A espécie de abelha sem ferrão Melipona quadrifasciata Lep. é um importante agente polinizador, assim como um ótimo material para estudos biológicos. Nessa espécie, assim como na maioria dos Hymenoptera, os machos se desenvolvem a partir de óvulos não fecundados e são haplóides, enquanto as fêmeas se originam de óvulos fertilizados e são diplóides. Melipona quadrifasciata possui um sistema de determinação do sexo de um único loco e múltiplos alelos e, sob endogamia, há produção de machos diplóides. Estes machos diplóides são, geralmente, inviáveis ou estéreis, e impõem um custo significativo no sucesso reprodutivo de seus progenitores. Nesta espécie, os machos diplóides emergem como adultos, possuindo, no entanto, uma menor longevidade que os machos haplóides. Em Melipona quadrifasciata, estes machos se assemelham visualmente aos haplóides. Neste trabalho, buscou-se características que distinguissem machos diplóides de haplóides de Melipona quadrifasciata. A característica analisada foi o tamanho dos testículos, que em outras espécies apresentou uma considerável variação entre machos diplóides e haplóides. Para realizar esta comparação, utilizou-se duas colônias fornecedoras de machos diplóides e duas fornecedoras de machos haplóides. Dez pupas de cada população foram analisadas, com medição do tamanho dos testículos e largura do tórax. Foi observado que machos haplóides possuem testículos significativamente maiores que machos diplóides, tornando esta característica útil para a diferenciação destes machos. Houve uma correlação positiva entre o tamanho dos testículos e a largura do tórax em machos diplóides. A produção de machos diplóides em Melipona quadrifasciata foi acompanhada em três colônias submetidas à cruzamentos endogâmicos. Uma destas colônias foi obtida pelo cruzamento de uma rainha com um de seus filhos, resultantes de um prévio cruzamento desta rainha com um macho estéril. As outras duas foram obtidas pelo cruzamento de uma rainha com um irmão. Todas as colônias produziram machos diplóides. Na colônia resultante do cruzamento mãe x filho houve uma produção considerável de machos haplóides, aparentemente devido ao primeiro cruzamento com um macho esterilizado. Nesta colônia a proporção entre machos diplóides e fêmeas não foi estatisticamente diferente de 1:1, como esperado pelo sistema de determinação de sexo desta espécie. Em ambas as colônias de cruzamento irmã x irmão, os machos foram todos diplóides. Em uma destas colônias a proporção de machos e fêmeas foi aproximadamente 1:1. No entanto, na outra colônia houve um número significativamente maior de fêmeas. Demonstrou-se, por meio de marcadores RAPD, que parte das operárias produzida nesta colônia era resultado de um segundo acasalamento da rainha. Foi feita uma análise para identificação do loco sexual. Um total de 376 marcadores polimórficos foram obtidos pela amplificação do DNA de cinco machos haplóides com 343 primers, obtendo-se um polimorfismo médio de 1,1 bandas polimórficas por primer. Para a análise de ligação ao sexo, amplificou-se o DNA de três machos diplóides e três operárias (da mesma colônia) com 119 primers polimórficos, não se obtendo evidências de ligação de nenhum destes marcadores ao loco sexual.