Epidemiologia e manejo da monilíase do cacaueiro no Peru

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Rios-Ruiz, Rolando Alfredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10162
Resumo: A monilíase, causada por Moniliophthora roreri, uma das doenças mais importantes do cacaueiro no Peru, pode causar perdas totais na produção. Considerando a importância da doença e a escassez de informações a seu respeito, nesse trabalho avaliaram-se: i- o avanço, a distribuição geográfica e as perdas decorrentes da doença; ii- o progresso e a influência de condições ambientais sobre a doença; iii- a resistência de cultivares de cacau ao patógeno; e iv- os efeitos de remoção de frutos doentes, de fungicidas e da associação remoção de frutos-resistência, no progresso da doença. Detectou-se a doença pela primeira vez no Peru em 1988, na região de Bagua (Marañon); em 1989 e 1990, em 48 e 85%, respectivamente, das localidades avaliadas na região Jaen-Bagua; em 1992, na região de Tingo Maria (Huallaga); em 1992, em Juanjui; em 1993, em Tocache; em 1994, no Valle do Pachitea; em 1995, na região de San Francisco (Apurimac-Ene); em 1997, na de Satipo (Perene-Ene); e, em 1998, na de La Convención (Urubamba). Atualmente, a doença ocorre nas cinco principais regiões produtoras de cacau, ocasionando perdas de 19 a 100% de frutos. Em vista do comércio e do tráfego nas regiões fronteiriças, há risco iminente de introdução da monilíase no Brasil e na Bolívia. Na região de Tingo Maria, de 1996 a 1999, a doença ocorreu em todos os meses do ano. Identificaram-se picos de infecção, principalmente de janeiro a julho, resutado de condições de alta precipitação pluviométrica em outubro a abril, existência de inóculo e de frutos em estádio suscetível em dezembro a maio. No banco de germoplasma da Universidad Nacional Agraria de la Selva (Tingo María) e no viveiro da Cooperativa Agraria (Tocache), em 1997/98 e 1998/99, avaliou-se a resistência de cultivares ao patógeno, por meio de inoculações artificiais e de observações em condições de inóculo natural no campo. Em ambas as condições e os locais, no cultivar 'ICS 95' detectou-se maior resistência à doença. A remoção semanal de frutos doentes reduziu significativamente a doença em relação à remoção a cada duas semanas. Em outros ensaios, a remoção semanal e a diferenciada (semanal, de dezembro a maio, e a cada duas semanas, de junho a novembro) reduziram mais eficientemente a incidência da monilíase e aumentaram a produção que a remoção a cada duas semanas, durante todo o ano. A remoção diferenciada é recomendável aos produtores para implementação. A incidência da monilíase foi significativamente menor com aplicação de hidróxido de cobre, óxido cuproso ou clorotalonil, que no tratamento testemunha. Nas cultivares testadas, houve diferenças quanto à suscetibilidade à doença. Obtiveram-se menor incidência de monilíase e maior produção em 'ICS 95', que deve ser recomendada para plantios comerciais.