Uso do extrato líquido de melancia (Citrullus lanatus) na criopreservação de sêmen de touros da raça Nelore

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Castilho, Erick Fonseca de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de
Doutorado em Medicina Veterinária
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1460
Resumo: Os objetivos deste estudo foram avaliar o potencial do extrato líquido de melancia como meio diluidor natural no resfriamento e congelamento do sêmen, e determinar o efeito crioprotetor do extrato líquido de melancia sobre a integridade de membrana plasmática dos espermatozoides de bovinos. Foram utilizados quatro touros da raça Nelore. Para as coletas de sêmen, utilizou-se o método de eletroejaculação, onde se obteve 10 ejaculados por animal. Após a coleta, fez-se o exame físico do sêmen e morfológico dos espermatozoides, teste supravital e teste hiposmótico. Em seguida, o sêmen in natura foi dividido em quatro alíquotas iguais e diluído de acordo com os diluentes: D1 (Bovimix® - controle); D2 (base Bovimix® + 25 % de extrato líquido de melancia); D3 (base Bovimix® + 50 % de extrato líquido de melancia); e D4 (base 100 % de extrato líquido de melancia). Após as diluições finais, foram avaliados a motilidade e o vigor espermático de cada diluente, e posterior envase. As palhetas foram resfriadas e congeladas na máquina de congelamento (Cryogen Dualflex®). Após o congelamento, as palhetas foram imersas no nitrogênio líquido para o congelamento final do sêmen. As doses foram descongeladas em banho-maria a 37°C por 30 segundos, e acondicionadas em tubos plásticos de 1,5 mL e homogeneizadas para análise imediata de motilidade e vigor espermático, características morfológicas dos espermatozoides, teste supravital, teste hiposmótico, teste de epifluorescência e teste de termorresistência. No sêmen in natura, o volume, motilidade espermática progressiva, vigor espermático, concentração espermática por mL, teste supravital, teste hiposmótico, defeitos espermáticos maiores e totais variaram entre os animais, porém não houve diferença entre os mesmos (P>0,05). O aspecto, turbilhonamento e defeitos espermáticos menores apresentaram diferença entre os animais (P<0,05). A motilidade espermática apresentou correlação alta e positiva (r = 0,98) com o teste hiposmótico. O teste supravital apresentou correlação alta e positiva (r = 0,88) com o teste hiposmótico. Houve correlação média e negativa (r = - 0,48) entre a motilidade espermática progressiva e a concentração espermática por mL, bem como houve correlação média e negativa (r = -0,46) do teste hiposmótico com a concentração espermática por mL. No sêmen diluído (pré-resfriamento), as médias da motilidade e vigor espermático em todos os diluentes utilizados, não apresentaram diferença entre si (P>0,05). A motilidade espermática progressiva no momento do descongelamento e no final do TTR apresentou diferença entre os diluentes (P<0,05), onde os valores superiores foram obtidos pelos diluentes D1 e D2, e valores menores foram obtidos pelos diluentes D3 e D4. No início do TTR, não houve diferença do diluente D1 com o diluente D2. Porém, houve diferença do diluente D1 com os diluentes D3 e D4. Não houve diferença do diluente D2 com os diluentes D3 e D4. Enquanto que no final do TTR, não houve diferença do diluente D1 com os diluentes D2 e D4, porém, houve diferença do diluente D1 com o diluente D3. Não houve diferença do diluente D2 com os diluentes D3 e D4. As médias dos espermatozoides vivos no teste supravital no momento do descongelamento, em todos os diluentes utilizados, não apresentaram diferença entre si (P>0,05). Durante o TTR, as médias do vigor do sêmen pós-descongelado, em todos os diluentes utilizados, não apresentaram diferença entre si (P>0,05). O teste hiposmótico apresentou diferença entre os diluentes (P<0,05), onde valores mais altos foram registrados com o uso do diluente 1, valor intermediário foi registrado com o diluente D2 e valores inferiores foram registrados com os diluentes D3 e D4. Os valores do teste hiposmótico não diferiram entre os diluentes D1 e D2, assim como os valores do teste hiposmótico do diluente D2 não diferiu dos diluentes D3 e D4. Porém, os valores do teste hiposmótico do diluente D1 doram diferentes dos diluentes D3 e D4. Não houve diferença do diluente D2 com os diluentes D3 e D4. O teste de epifluorescência apresentou diferença entre os diluentes (P<0,05), porém não houve diferença do diluente D1 com o diluente D2. Não houve diferença entre os diluentes D2 e D3, bem como, não houve diferença entre os diluentes D3 e D4. Porém, houve diferença do diluente D1 com os diluentes D3 e D4. Houve diferença do diluente D2 com os diluentes D4. Os defeitos espermáticos maiores e totais variaram entre os diluentes, porém não houve diferença entre os mesmos (P>0,05). No entanto, os defeitos espermáticos menores apresentaram diferença entre os diluentes (P<0,05), onde o diluente D3 apresentou o maior número de espermatozoides com defeitos menores e os demais diluentes se apresentaram com valores inferiores. Não houve diferença do diluente D1 com os demais diluentes. Porém, houve diferença do diluente D3 com o diluente D4. No diluente 1, os valores obtidos no teste supravital apresentaram correlação média e positiva (r = 0,49) com a motilidade espermática. O teste hiposmótico apresentou correlação alta e positiva (r = 0,89) com os espermatozoides íntegros e correlação alta e negativa (r = -0,80) com os espermatozoides lesados observados no teste de epifluorescência. No diluente 2, os valores obtidos no teste hiposmótico apresentaram correlação alta e positiva (r = 0,86) com os espermatozoides íntegros, correlação alta e negativa (r = -0,83) com os espermatozoides lesados e correlação média e positiva (r = 0,41) com os espermatozoides semi-lesados observados no teste de epifluorescência. No diluente 3, os valores obtidos no teste supravital apresentaram correlação baixa e positiva (r = 0,33) com a motilidade espermática. O teste hiposmótico apresentou correlação alta e positiva (r = 0,82) com os espermatozoides íntegros, correlação alta e negativa (r = -0,80) com os espermatozoides lesados e correlação média e positiva (r = 0,51) com os espermatozoides semi-lesados observados no teste de epifluorescência. No diluente 4, os valores obtidos no teste supravital apresentaram correlação média e positiva (r = 0,46) com a motilidade espermática. O teste hiposmótico apresentou correlação alta e positiva (r = 0,83) com os espermatozoides íntegros e correlação alta e negativa (r = - 0,85) com os espermatozoides lesados e correlação baixa e positiva (r = 0,38) com os espermatozoides semi-lesados observados no teste de epifluorescência. Nas concentrações de 50 % e 100%, o extrato líquido de melancia não se mostrou eficaz na manutenção da integridade e viabilidade espermática pós-descongelamento. Na concentração de 25 %, o extrato líquido de melancia manteve a integridade estrutural da membrana dos espermatozoides durante o processo de criopreservação, bem como sua viabilidade após o teste de termorresistência, podendo ser uma alternativa na composição de diluentes para criopreservação de sêmen bovino.