Caracterização e implicações do comércio informal de alimentos para o ecossistema familiar Viçosa-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Iria, Karine Kátia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor
Mestrado em Economia Doméstica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3300
Resumo: A família brasileira está inserida num contexto de intensas mudanças sociais, políticas e econômicas. No município de Viçosa-MG e em grande parte dos municípios brasileiros, essas mudanças têm sido percebidas também no setor informal da economia. Por não se conhecerem tais mudanças, buscou-se, nesta pesquisa, reduzir essa lacuna, visando oferecer subsídios aos tomadores de decisão quanto às políticas a serem implementadas. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi analisar as características e implicações do comércio informal de alimentos nos ecossistemas familiares do meio urbano da cidade de Viçosa/MG. A amostra, constituída de 35 pessoas, foi obtida por meio da técnica bola de neve , entrevistando-se tanto na feira de artesanato quanto na feira livre da cidade pessoas que comercializavam alimentos processados em casa; sendo os dados analisados com o auxílio do software SPSS. A análise do perfil socioeconômico e demográfico dos fornecedores de alimentos inseridos no setor informal mostrou a preponderância de homens e mulheres com mais de 40 anos, com baixo nível educacional, sugerindo que a atividade informal é capaz de absorver indivíduos com idade mais avançada e que encontram dificuldades para inserção no setor formal da economia. Essa pesquisa também detectou uma expressiva participação das mulheres no mercado informal de alimentos, reforçando o fato de que as atividades relacionadas ao âmbito doméstico ainda são predominantemente femininas e significativas para o incremento da renda familiar. Notou-se a predominância da família do tipo nuclear e no ciclo intermediário de vida, com renda mensal variando entre um e três salários mínimos, indicando que o comércio informal de alimentos na cidade é constituído basicamente de famílias de renda relativamente baixa. Os tipos de alimentos fornecidos no mercado informal são tradicionais na cidade; estando a tecnologia adequada. Poucos entrevistados participaram de algum tipo de treinamento que os auxiliasse na produção e comercialização dos alimentos e, tampouco, na gestão do próprio negócio ou na administração de seus recursos financeiros. Dentre os motivos que os levaram a se dedicar à atividade informal, a necessidade de complementação da renda foi o mais citado. Constatou-se, também, que na maioria das famílias, o esposo e a esposa eram os mais envolvidos na produção informal de alimentos, embora tenham sido identificados a presença de redes sociais, caracterizadas principalmente pelo apoio de familiares, considerada como mais duradoura e densa. Essas redes sociais envolvidas no comércio informal representam vínculos específicos e sua presença contribui para uma maior autonomia das unidades familiares, a partir do momento que ampliam suas possibilidades de segurança financeira. Finalmente, no que diz respeito ao valor econômico da produção informal e suas implicações no ecossistema familiar, averiguou-se que, apesar da incerteza dos rendimentos gerados pelo trabalho informal, a maioria dos entrevistados declararam estar satisfeitos com a atividade informal, afirmando que a melhoria financeira foi uma das mudanças mais percebidas após se dedicarem a ela. Pode-se concluir que o comércio informal permite que as famílias se organizem de acordo com o tempo disponível, produzam conforme a habilidade e os recursos já existentes no domicílio, conjuguem momentos de lazer e de trabalho e, ainda, tenham a renda como fator determinante da atividade informal, existindo uma congruência entre esta atividade e as outras atividades domésticas e um sentimento de conformidade, em face à situação de subsistência do ecossistema familiar.