A construção social de Redes Agroalimentares Agroecológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Resende, Eugênio Martins de Sá
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28674
Resumo: A forma como a população se alimenta tem se transformado ao longo do tempo, reflexo de profundas alterações nos sistemas agroalimentares, intensificadas pelas mudanças nos marcos regulatórios relacionados à dinâmica produtiva e comercial, centrada em padrões globais como a durabilidade e a impessoalidade de produtos e processos. Na busca de alternativas, emergem movimentos diversos de valorização dos alimentos sem agrotóxicos, orgânicos e de qualidade diferenciada, expressos na reorientação da relação produtor-consumidor e nas conexões entre agricultura-coletividade-alimentação-saúde-biodiversidade-energia-democracia. O objetivo foi compreender a construção e a operacionalização de duas Redes Alimentares Alternativas na Zona da Mata de Minas Gerais: a Rede de Prosumidores Raízes da Mata de Viçosa e o Grupo de Orgânicos de Divino. Os métodos basearam-se na pesquisa participante e na horizontalidade dos saberes científicos e populares, em que o pesquisador também é um dos sujeitos do processo de mudança social. A pesquisa tem um caráter descritivo, em que há a intenção de conhecer com detalhes fatos e fenômenos que caracterizam determinado objeto. Para isso, utilizou-se de metodologias como a observação participante, as entrevistas semiestruturadas e a análise documental e bibliográfica. A partir das análises, a pesquisa aponta que a certificação orgânica, sobretudo as participativas, a adequação sanitária e a construção e acesso a mercados reforçam a agroecologia em Minas Gerais. No entanto, também trazem um conjunto de regras, normas e práticas que podem limitar a participação de agricultores e agricultoras mais excluídos. As relações de confiança, a aproximação produção-consumo e os valores sociais compartilhados precisam ser ampliados no tempo-espaço. A construção de Redes Agroalimentares Agroecológicas está ancorada na construção da agroecologia, entendida enquanto movimento, ciência e prática, e abrange diferentes estratégias, tanto os circuitos diretos como os indiretos, sejam eles curtos ou longos, em que as trocas mercantis e a reciprocidade se articulam em espaços de disputa do regime agroalimentar dominante. Por isso, a formação de coletivos, redes e o fortalecimento das cooperativas, associações e movimentos sociais deve compor as diferentes estratégias. O Estado e as políticas públicas possibilitam melhores condições de vida, de produção e abastecimento, e podem reforçar a aproximação produção-consumo e fortalecer a autonomia das famílias. Palavras-chave: Certificação orgânica. Mercados. Redes Alimentares Alternativas.