Estudo de alguns marcadores inflamatórios e de síndrome metabólica em adolescentes com sobrepeso e naquelas metabolicamente obesas de peso normal
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2698 |
Resumo: | A inflamação crônica subclínica se configura como nova síndrome relacionada com o desenvolvimento da resistência insulínica. O tecido adiposo aparece como importante órgão responsável pelo aumento da expressão de substâncias inflamatórias, contribuindo para o desenvolvimento desta síndrome. Pouco se sabe sobre essa condição em adolescentes com excesso de gordura corporal. O objetivo este estudo foi avaliar o perfil inflamatório de adolescentes do gênero feminino póspúberes com sobrepeso e nas metabolicamente obesas de peso normal , e de adolescentes com sobrepeso resistentes à insulina. Também foi intuito verificar a relação entre a expressão periférica dos mediadores TNF-α, IL-6 e IL-10 e os parâmetros relacionados com a síndrome metabólica. Foram avaliadas 72 adolescentes do gênero feminino pós-púberes, de 14 a 17 anos de idade, divididas em 3 grupos: eutróficas (G1), metabolicamente obesas de peso normal (G2) e sobrepeso (G3). Coletaram-se dados relacionados aos parâmetros da síndrome metabólica: circunferência da cintura, glicemia de jejum, insulinemia de jejum, resistência insulínica, triglicerídeos, HDL, pressão arterial sistólica e diastólica. Após a aferição dos parâmetros bioquímicos, do grupo de adolescentes com sobrepeso foram selecionadas 10 adolescentes sem resistência insulínica, as quais constituíam o grupo controle (Si), e 10 adolescentes com resistência insulínica (Ri). Avaliou-se a expressão dos mediadores TNF-α, IL-6 e IL-10 nos grupos de estudo, e a correlação desses mediadores com os parâmetros da síndrome metabólica. Foi possível constatar que G2 apresentou valores intermediários de peso, IMC e %GC em comparação com G1 e G3. Maiores valores de glicemia e de resistência insulínica foram verificados no G2 em relação ao G1, não diferindo do G3. G2 apresentou maiores valores de insulinemia e menores de HDL que G3. Avaliando-se a expressão periférica das citocinas do G2 e G3 em relação ao G1, G3 apresentou aumento na expressão de TNF-α e IL-10 de 6% e 31%, respectivamente, e o G2 apresentou aumento de 44% na expressão de IL-6, não havendo diferenças na expressão das citocinas entre G2 e G3. Verificou-se correlação positiva entre TNF-α e IL-6, e entre IL-10 e as citocinas pró-inflamatórias nas adolescentes do G2, e nas adolescentes com excesso de gordura corporal (G2 + G3), e correlação positiva entre a IL-6 e glicemia (grupo G2), e entre IL-6 e triglicerídeos (grupo G3). Em relação às adolescentes com sobrepeso, não houve diferença na expressão das citocinas avaliadas entre os grupos Si e Ri, embora a expressão periférica de IL-10 no grupo Ri tenha apresentado-se 370% maior, em relação ao grupo Si. Nas adolescentes do grupo Si, IL-6 correlacionou-se positivamente com IL-10, e negativamente com a insulinemia. IL-10 correlacionouse negativamente com glicemia de jejum no grupo Si. No grupo Ri, não houve correlação entre a expressão de citocinas e os parâmetros relacionados com a síndrome metabólica. No presente estudo, adolescentes metabolicamente obesas de peso normal apresentaram perfil metabólico, inflamatório e de composição corporal semelhante à de adolescentes com sobrepeso. Demonstrou-se possível relação entre IL-6 e glicemia e triglicerídeos. A correlação positiva entre IL-10 e TNF-α e IL- 6, bem como a maior expressão de IL-10 nas adolescentes com sobrepeso em relação às eutróficas, sugere tentativa de inibição da produção dessas citocinas pela IL-10. Nas adolescentes com sobrepeso, aquelas resistentes à insulina apresentaram expressão periférica dos marcadores inflamatórios semelhante àquelas com excesso de peso sem resistência insulínica. O aumento da IL-10, e sua correlação negativa com a glicemia de jejum, indica possível papel protetor desta citocina no desenvolvimento de fatores de risco cardiovasculares. |