Epidemiologia da ferrugem do eucalipto e resistência genética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Zauza, Edival ângelo Valverde
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Etiologia; Epidemiologia; Controle
Doutorado em Fitopatologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1019
Resumo: A ferrugem (Puccinia psidii) é uma das mais importantes doenças na cultura do eucalipto no Brasil, Paraguai, Uruguai e na Argentina. Constitui uma séria ameaça se introduzida em outros países, como a Austrália, em cuja flora predominam espécies da família Myrtaceae; e África do Sul, por suas plantações industriais de eucalipto. O conhecimento das condições de ambientes favoráveis à infecção, da herança e dos mecanismos de resistência e das fontes de resistência genética é fundamental para o controle efetivo da doença. Este trabalho teve como objetivos: a) determinar por que plantas de eucalipto com altura acima de 3 m, no estádio fenológico C, tornam-se escapes à ferrugem; b) determinar a relação entre os fatores micrometeorológicos e a incidência da doença; c) estudar a dispersão anemófila de urediniósporos de P. psidii; d) avaliar o progresso da doença; e) avaliar a resistência em diferentes materiais genéticos oriundos da Austrália e ilhas vizinhas, e; f) determinar o efeito do background genético em progênies derivada do parental feminino, homozigoto para resistência. Ao avaliar o efeito do gradiente de altura sobre a incidência da ferrugem do eucalipto, em relação à duração de molhamento foliar e ao número de urediniósporos em suspensão no ar, verificou-se que a incidência da ferrugem diminuiu com o aumento da altura. Constatou-se correlação positiva (P<0,05) da área abaixo da curva de progresso da doença e porcentagem de folhas com ferrugem com o período de molhamento foliar e o número médio de urediniósporos, bem como a correlação negativa da doença com a altura. Por meio de armadilha Burkard®, quantificou-se o número de urediniósporos de P. psidii (ESP, no período de julho 2004 a junho 2005. Esporos foram capturados em 77% dos dias amostrados. Maior ESP médio (3,21 esporo/m3 de ar/2 h) foi observado entre julho e novembro. Nesse período, 58% dos ESP foram capturados no período noturno, e ESP foi negativamente relacionado com as temperaturas mínima, média (TM) e máxima e com a velocidade do vento (VV). Houve correlação positiva entre EPS, duração do molhamento foliar (MF) e umidade relativa (UR). Maior número de urediniósporos foi registrado com a combinação de baixa temperatura média, intensidade luminosa, velocidade do vento e alta umidade relativa e período de molhamento foliar, condições mais freqüentes durante o período noturno. A resistência à ferrugem de diferentes espécies de mirtáceas oriundas da Austrália se mostrou independente da procedência. As espécies mais resistentes foram: Corymbia. calophylla 'rosea , Corymbia tesselaris, Melaleuca ericifolia, Eucalyptus tereticornis, E. resinifera, E. scias spp. scias, E. paniculata, E. pellita e C. intermediata; e as mais suscetíveis foram: M. nesophila, M. alternifolia, M. cajuputi spp. cajuputi, M. leucadendra, M. quinquenervia, E.cloeziana, E. diversicolor, E. regnans, e E. grandis. Verificou-se que a existência de indivíduos suscetíveis, presumivelmente oriundos da matriz G26 de E. grandis, homozigota dominante para resistência, não foi referente ao efeito do background genético, mas de falhas operacionais, provavelmente durante o beneficiamento das sementes e, ou, de produção das mudas.