Doenças do Morangueiro: Etiologia, epidemiologia e sensibilidade a fungicidas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lopes, Ueder Pedro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Etiologia; Epidemiologia; Controle
Doutorado em Fitopatologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1068
Resumo: A cultura do morangueiro, Fragaria x ananassa Duch, tem enfrentado diversos problemas, dentre os quais destacam-se os causados por patógenos. Além de doenças amplamente conhecidas, como o mofo cinzento, novas doenças vêm causando sérios danos à cultura. Visando estudar os diversos problemas da cultura do morangueiro, este trabalho teve por objetivos: i) identificar o agente causal de uma podridão pós-colheita em frutos de morango; ii) estudar a dinâmica temporal e espacial do vermelhão do morangueiro, cuja etiologia é ainda desconhecida; iii) determinar as espécies de Botrytis que causam mofo cinzento em morangueiro no Brasil; iv) realizar um levantamento da situação atual do uso de fungicidas para controle do mofo cinzento do morangueiro; v) estudar a sensibilidade de isolados de B. cinerea aos fungicidas dicarboxamidas e benzimidazóis. A fim de identificar o agente causal da podridão pós-colheita de frutos de morango, isolados obtidos a partir de frutos sintomáticos foram analisados por meio de análises morfológicas e filogenéticas. Após a confirmação da patogenicidade dos isolados, foi feita a identificação das espécies como Neofusicoccum kwambonambiense e N. parvum. Este é o primeiro relato da ocorrência de Neofusicoccum kwambonambiense no Brasil e o primeiro relato de Neofusicoccum spp. causando podridão em morango. O estudo do padrão de distribuição temporal e espacial do vermelhão do morangueiro foi realizado em quatro áreas de cultivo comercial. Com os dados de incidência da doença foram construídas curvas de progresso e mapas de dispersão, além da análise de agregação de plantas pelo teste de ordinário runs. Os resultados mostraram que a doença apresenta comportamento semelhante a uma doença biótica com padrão de distribuição semelhante ao de doenças que se dispersam na linha de plantio. Para atingir os demais objetivos, foram obtidos isolados a partir de plantas com sintomas do mofo cinzento, em diversas propriedades de diferentes cidades nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, totalizando 200 isolados. Inicialmente, foi realizado um estudo para verificar a ocorrência de outra espécie de Botrytis nos campos de cultivo de morango no Brasil. Para isso, foi feita a extração de DNA de todos os isolados, seguindo-se à reação de PCR com primers específicos para as espécies B. cinerea e B. caroliniana. Apesar da variação morfológica observada entre os isolados, todos foram identificados como B. cinerea. O levantamento sobre as práticas utilizadas para controle do mofo cinzento do morangueiro foi realizado diretamente com os produtores, que foram questionados quanto aos produtos utilizados para o controle da doença, eficiência de controle dos produtos e uso da prática de retirada de material doente. Foi possível observar diversos problemas, destacando-se o reduzido uso de medidas de controle cultural, o uso de produtos não recomendados para a cultura e o baixo nível de conhecimento dos produtores. Por fim, foi realizada a análise de sensibilidade dos isolados aos principais fungicidas utilizados na cultura (iprodiona, procimidona e tiofanato-metílico). Para isso, foi utilizado um total de 100 isolados, os quais foram crescidos em meio de cultura contendo diferentes doses dos fungicidas. Os resultados mostraram que 89% dos isolados foram insensíveis ao fungicida tiofanato-metílico, 36% ao iprodiona e 54% ao procimidona. Considerando o número restrito de fungicidas registrados para o controle do mofo cinzento e a baixa sensibilidade dos isolados de B. cinerea a estes produtos, torna-se difícil o manejo dessa importante doença do morangueiro.