Eficiência de absorvedor de oxigênio na conservação microbiológica de massa fresca tipo lasanha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Cruz, Renato Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8995
Resumo: O desenvolvimento dos microrganismos é, em geral, acelerado em ambientes nutritivos, com umidade e atividade de água elevadas e temperatura e potencial de oxirredução adequados, fatores que variam em cada microrganismo. Assim, os processos de conservação são baseados na modificação dessas condições, de modo que o meio se torne inadequado ao desenvolvimento da microbiota presente. Este trabalho objetivou avaliar diferentes níveis de oxigênio, obtidos através de absorvedores de O2 e atmosfera de N2 no crescimento dos fungos Aspergillus niger e Penicilium spp. Avaliou-se também a capacidade de absorção dos absorvedores de O2 em umidades relativas de 75, 80 e 85%, em temperaturas de 10 ± 2 e 25 ± 2 oC. A influência dos absorvedores de O2 no desenvolvimento de microrganismos em massa fresca de lasanha foi avaliada durante a estocagem a 10 ± 2 e 25 ± 2 oC. Suspensões com aproximadamente 5 x 102 UFC/mL dos fungos Aspergillus niger e Penicilium spp. foram inoculadas em meio batata-dextrose- ágar e incubadas em dessecadores hermeticamente fechados, com diferentes teores de oxigênio, obtidos pela injeção de nitrogênio 20,4; 5-7; e 0-1% e, ou, pela utilização de sachês absorvedores, em quantidades suficientes para atingir 5, 2 ou 1% de oxigênio. Notou-se que, em ambos os fungos, a concentração de 1% foi a que mais retardou o crescimento, tanto na atmosfera obtida por injeção de nitrogênio quanto na utilização de sachê. Foram determinadas as equações para predizer o tempo teórico de atividade do sachê, as quais reportaram o valor estimado do volume absorvido, relacionado com a umidade relativa e com a permeabilidade da embalagem. Na temperatura de 25 ± 2 oC, a equação é: V = -32,770+10,440*UR- 104,385*Ln(TPO2), com um R2 = 0,9151; na temperatura de 10 ± 2 oC, V=107,321+6,221*UR-105,166 Ln(TPO2), com um R2 = 0,8729. Dessa forma, o tempo de atividade pode ser determinado pela equação T = (V-Vi)/ (TPO2*A). Utilizando essa equação, o tempo de atividade do sachê quando armazenado a 10 oC foi de 435 dias e, a 25 oC, de 666 dias. Massas frescas de lasanha com e sem conservante foram produzidas para avaliação do efeito da presença do sachê absorvedor de O2 no desenvolvimento da microbiota da massa. Três tratamentos foram obtidos: massa com conservante, massa sem conservante envasada com sachê e massa sem conservante envasada sem sachê. Em todos os tratamentos, as massas foram envasadas a vácuo, distribuídas aleatoriamente nas temperaturas de 25 ± 2 e 10 ± 2 oC e avaliadas microbiologicamente, por meio da análise de fungos filamentosos e leveduras, Staphylococus spp., coliformes totais e E. coli. Nas massas armazenadas a 10 oC, todos os tratamentos foram eficientes em inibir o crescimento dos microrganismos avaliados durante 30 dias de armazenamento. No tratamento com absorvedor, no qual a massa não continha conservante, observou-se inibição de 1 e 1,5 ciclo logarítmico de fungos filamentosos e leveduras e Staphylococus spp., respectivamente, em relação aos outros tratamentos. Quanto a coliformes, não se verificou diferença entre os tratamentos.