Estudos químicos e anatômicos em espécies de Myrtaceae e Asteraceae e primeiros registros de coléteres em Myrtaceae
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Doutorado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/361 |
Resumo: | Este trabalho apresenta dados relativos à composição química e atividade bactericida de óleos voláteis de espécies medicinais pertencentes aos gêneros cultivados Callistemon, Melaleuca e Kunzea (Myrtaceae) e dados relativos à Sphagneticila trilobata (Asteraceae), uma espécie nativa ruderal de uso na medicina popular. Os óleos voláteis das espécies de Myrtaceae investigadas apresentaram altas concentrações de monoterpenóides, dos quais, 1,8-cineol (88,0%, 65,0% e 77,0% para M. hypericifolia, C. viminalis e C. citrinus respectivamente), terpinen-4-ol (47,0% e 49,8% para M. thymifolia e C. polandii respectivamente) e α-pineno (54,5% para K. ericoides) foram os componentes majoritários. O óleo de M. linariifolia apresentou altas concentrações de metileugenol (87,2%). Os óleos voláteis foram investigados quanto à atividade bactericida contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas utilizando-se o método de disco de difusão e de microdiluição em caldo. Os resultados revelaram diferenças entre as duas técnicas quanto à atividade dos óleos. Os resultados obtidos pelo método de microdiluição em caldo revelaram a forte atividade bactericida dos óleos das espécies de Myrtaceae testados. Investigações anatômicas e histoquímicas das estruturas secretoras das folhas e caule de S. trilobata, bem como a variação sazonal, atividade bactericida e fitotóxica dos óleos essenciais foram realizadas. As análises histoquímicas permitiram identificar os locais de síntese e acúmulo dos óleos voláteis em estruturas internas (canais secretores) e externas (tricomas). As análises mostraram também que os tricomas secretores produzem esteróides. O óleo volátil de S. trilobata exibiu significante atividade bactericida e fitotóxica. O maior rendimento do óleo essencial desta espécie foi obtido de plantas coletadas no inverno, quando ocorreu baixa temperatura e precipitação. O óleo volátil foi caracterizado por altas porcentagens de monoterpenos e sesquiterpenos hidrocarbonetos e baixos níveis de sesquiterpenos oxigenados. Os componentes majoritários foram Germacreno D (11,9%-35,8%), α- felandreno (1,4%-28,5%), α-pineno (7,3%-23,8%), E-cariofileno (4,6%-19,0%), biciclogermacreno (6,0%-17,0%), limoneno (1,8%-15,1%) e α-humuleno (4,0%-11,6%). As porcentagens dos componentes do óleo essencial de S. trilobata variaram significativamente durante os meses analizados. Este trabalho é o primeiro registro de ocorrência de coléteres na família Myrtaceae. Espécies da subfamília Leptospermoide e Myrtoideae foram estudadas do ponto de vista da morfologia, anatomia e histoquímica dos coléteres. Esta estrutura é diferenciada na família Myrtaceae por não possuir a composição anatômica típica de uma coluna de células parenquimáticas envolvidas por epiderme secretora. Uma nomenclatura específica é proposta com base nesta característica e na descrição morfológica dos coléteres em Myrtaceae, classificando-os em três tipos: coléteres petalóides, que ocorre apenas na subfamília Leptospermoideae; coléteres cônicos e coléteres euriformes, que ocorrem nas duas subfamílias. Os testes histoquímicos e a análise da secreção por meio de eletroforese pelo método SDS-PAGE revelou a ausência de proteínas na secreção dos coléteres de duas espécies de Myrtaceae. |