Desmitificando a idéia de passividade, dependência e alienação atribuída às camadas populares: um estudo acerca do significado da prestação de serviço às famílias ligadas à Rebusca em Viçosa, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Silva, Valeska Medeiros da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor
Mestrado em Economia Doméstica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3298
Resumo: Buscamos nesta dissertação problematizar a caracterização geralmente atribuída às camadas populares como alienadas e passivas, recebedoras de benesses do Estado, de políticos ou de instituições de assistência social. O que relativizamos, através do estudo que iremos apresentar, é justamente que tais famílias, pertencentes ao estrato popular, se prestam ao clientelismo quando este se lhes apresenta como uma forma de satisfação às necessidades vividas, mas que não está arraigado em sua constituição identitária um padrão passivo e alienado. Nesses termos, tomou-se como referencial empírico desse estudo, as formas de interação das famílias de camadas populares da cidade de Viçosa, MG, assistidas nos programas de ação social oferecidos pela Rebusca Ação Social Evangélica. A observação participante, entrevistas estruturadas e as entrevistas feitas às famílias, bem como a pesquisa aos documentos da instituição permitiram-nos traçar desde o funcionamento dos programas da Rebusca até as condições de vida dos atendidos e seus comportamentos face aos programas de assistência social da instituição estudada. Interessou-nos chamar a atenção, principalmente, para o fato das famílias não evangélicas assistidas pela Rebusca manterem uma margem de independência em termos de filiação religiosa a esta instituição. Dentro do quadro de carência das famílias assistidas, a autonomia relativa face aos atrativos da conversão religiosa , complexificaria a afirmação da passividade e de alienação atribuída a estas camadas sociais. Além disto, a própria busca por assistência aos filhos pode ser lida como não passividade frente a pequena oferta de prestação de serviços por parte do Estado, o qual reconhece tais necessidades sociais de assistência, porém desenvolve poucas políticas efetivas nesse sentido.