Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Vasconcelos, Adriana Miranda de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8397
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Resumo: |
A expansão do crédito para pessoas físicas é um fato que vem acontecendo na sociedade brasileira desde a estabilização da moeda com o Plano Real. Os idosos, portadores de renda, se viram possibilitados a usar os serviços de créditos. Contudo, poucos são os estudos que avaliam o uso do crédito pelas pessoas maiores de 60 anos e as suas consequências na economia familiar do idoso. Diante disso, o presente estudo teve por objetivo investigar as consequências da utilização do crédito no orçamento do idoso, verificando os motivos pelos quais estes recorrem ao serviço de crédito e se os idosos se percebem como endividados. A pesquisa, baseada na abordagem quantitativa-qualitativa de natureza descritiva e exploratória, foi realizada no Programa Municipal de Terceira Idade do município de Viçosa-MG – PMTI -, sendo selecionada uma amostra de 52 idosos participantes do PMTI que estavam em uso de algum serviço de crédito. Esta amostra foi obtida a partir do banco de dados do referido Programa. Aplicou-se um questionário. Para a análise dos dados quantitativos utilizou- se um software estatístico aplicado às Ciências Sociais, enquanto que os dados qualitativos foram analisados por meio da técnica de categorização da análise de conteúdo proposta por Bardin (2011). Em relação ao perfil socioeconômico e domiciliar dos idosos verificou-se que estes eram pessoas com renda média de R$ 1.880,93, de baixo nível de escolaridade, predominantemente de raça não branca, estavam em arranjos domiciliares compostos por esposo(a)/companheiro e/ou por esposo(a)/companheiro e filhos, eram responsáveis pelas despesas do lar. De acordo com a pesquisa verificou-se que o crédito consignado estava voltado mais para o uso em benefício próprio do idoso que para ajudar filhos ou netos. O motivo predominante do uso deste serviço foi a reforma da casa, seguido do pagamento de dívidas e ajuda aos filhos. Ao verificar as consequências deste serviço na economia familiar do idoso percebeu-se que a população idosa afirmou sentir a redução na renda em razão dos descontos realizados no benefício previdenciário, mas a grande maioria afirmou que esta redução foi positiva porque o empréstimo consignado proporcionou a realização dos anseios como a reforma da casa própria, o pagamento de dívida, como também a ajuda a filhos, além de ser mencionado a questão de possibilitar o cuidado com a saúde e realização de viagem. Alguns idosos, alegaram que a redução foi negativa em razão de ter gerado aperto no orçamento, tendo sido necessário reduzir o lazer, a alimentação e até terem contraído dívidas. Em relação ao cartão de crédito, este estudo possibilitou verificar que este serviço estava voltado para o consumo de bens não-duráveis como alimentação, remédio e vestuário. Não houve menção do uso deste serviço com serviços de beleza e lazer. Ao considerar o gênero dos idosos que utilizavam, exclusivamente, este serviço notou-se que apenas as idosas usavam cartão de crédito. Os idosos do sexo masculino, quando usavam o cartão de crédito, utilizavam conjuntamente com outro serviço como o crédito consignado ou o carnê de loja. Sobre os motivos que levavam as idosas a usarem o cartão de crédito predominou a possibilidade de adquirir um produto sem ter dinheiro imediato bem como, a praticidade. Foram citados também como razões para o uso deste serviço adquirir produto, segurança, o consumo e o prazo para pagamento. Como consequência do uso do cartão de crédito para a economia familiar dos idosos foi mencionada a redução na renda quando do uso deste serviço. Contudo, a maioria dos idosos que usavam o cartão de crédito não percebiam esta redução porque o valor pago a título de fatura já estava incluso no orçamento doméstico. Para os idosos usuários do carnê de loja percebeu-se que estes utilizavam este serviço com o fim de adquirir bens como roupas, eletrodomésticos, presentes, sapatos e móveis. Os motivos que levavam as pessoas idosas a usar este serviço de crédito era o hábito, adquirir bens, poder comprar sem ter dinheiro imediato e ainda a possibilidade de prazo para pagamento da compra. As consequências do uso do carnê de loja foram mencionadas como positivas, pois era um meio de adquirir produtos. Muitos idosos afirmaram que nem percebiam a redução da renda em razão do pagamento das parcelas do crediário porque sempre reservavam no orçamento o valor devido a este título. Em relação a declaração de endividamento pelos idosos, este estudo permitiu verificar que poucos foram os idosos que afirmaram estar endividados em razão das dívidas assumidas quando do uso do crédito consignado, do cartão de crédito e/ou do crediário. Os idosos assim se declararam por acreditarem que tinham controle das suas despesas, apesar de alguns terem citados ter contas em atraso, o que descaracteriza o controle da vida financeira de alguns idosos. |