Inventário de prospecção e otimização da colheita visando a sustentabilidade do manejo de uma floresta estacional semidecidual submontana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Freitas, Lucas José Mazzei de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Manejo Florestal; Meio Ambiente e Conservação da Natureza; Silvicultura; Tecnologia e Utilização de
Mestrado em Ciência Florestal
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3212
Resumo: Dentre as atividades que compõem um sistema de manejo florestal, a colheita é a mais dispendiosa, e quando realizada sem planejamento acarreta sérios danos à estrutura da floresta. Para uma exploração de baixo impacto, isto é, para minimizar os danos à regeneração natural e às árvores remanescentes, é obrigatório realizar levantamento detalhado da área a ser manejada. O objetivo principal deste trabalho foi propor a otimização da colheita de uma floresta estacional semidecidual, fundamentada em uma nova metodologia de inventário de prospecção com mapeamento arbóreo. Em uma unidade de produção anual de 24,25 ha, foram inventariados 2.707 indivíduos arbóreos, com DAP ≥ 20 cm, que além das características quantitativas e qualitativas tiveram as suas coordenadas (UTM) determinadas e arquivadas em um banco de dados georreferenciados. As análises do inventário de prospecção englobaram a viabilidade técnica e a determinação do custo do método proposto. Além da composição florística e da estrutura fitossociológica, também foram realizadas análises da estrutura interna e das distribuições de diâmetro, área basal e volume. De posse desses resultados, foram feitas simulações de alternativas de corte, baseando-se na legislação em vigor no Estado de Minas Gerais. Todos os dados levantados foram armazenados em um sistema de informações geográficas (SIG), que auxiliou no planejamento operacional e na otimização do estoque da colheita. A metodologia de inventário de prospecção, com base na utilização de equipamento digital de medição de distância, mostrou-se exeqüível. O rigor exigido na determinação da localização das árvores, assim como as características de relevo, do subbosque denso e da grande infestação dos cipós, influiu diretamente no rendimento do inventário de prospecção, que foi de 442 m por dia para a abertura de picadas e de 0,80 ha por dia, para a realização do inventário de prospecção. O custo da abertura de picadas e do inventário de prospecção foi de US$ 35,69 e US$ 89,43 por hectare, respectivamente. O talhão de exploração, de 24,25 ha, apresentava 158,01 m2 de área basal e 1.032,39 m3 de volume comercial, isto é, 6,5 m2/ha e 42,6m3/ha, respectivamente. A floresta se apresenta como uma formação tipicamente secundária, um grande número de espécies com valores baixos de IVC, seguido de poucas espécies com altos valores. Das 68 espécies identificadas, 10 (14,7%) foram classificadas como pioneiras, 42 (61,8%) como secundárias iniciais e 14 (20,6%) como secundárias tardias. A intensidade de corte proposta disponibilizou 566,08 m3 de volume comercial nos 24,25 ha ou 23,3 m3/ha. A recomendação do plano de manejo florestal de rendimento sustentado (PMFRS), protocolado no IEF/MG para o mesmo talhão, é de que seja extraído um volume comercial de 37,26 m3/ha ou 903,5 m3, ou seja, uma exploração 59% acima do volume disponibilizado por meio do inventário de prospecção. A modelagem da estrutura da floresta em um sistema de informações geográficas permitiu a simulação de uma alternativa de colheita, que se baseou tanto na determinação de redução máxima de 60% da área basal, por espécie e classe diamétrica, quanto na preocupação dos danos que esta colheita poderá causar ao dossel e à formação de clareiras. Além disto, permitiu preservar áreas problemáticas locais de ocorrência de cipós, bambu, capim e afloramentos rochosos e árvores-matrizes, medidas estas exigidas pela Legislação que rege o manejo florestal.