Resposta comportamental de formigas cortadeiras ao sesquiterpeno [beta]-eudesmol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Marinho, Cidália Gabriela Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Doutorado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/854
Resumo: Trabalhos com folhas de Eucalyptus maculata e com o sesquiterpeno [beta]-eudesmol, extraído de suas folhas e oferecidos em áreas de forrageamento, de colônias de Atta sexdens rubropilosa, promoveram alterações comportamentais entre as companheiras de ninho. Essas alterações foram caracterizadas por inspeção e mordidas em diferentes regiões do corpo, com mutilação e até morte. Com base nisso, este trabalho objetivou avaliar o efeito do [beta]-eudesmol, adquirido comercialmente, em colônias de formigas cortadeiras. Os estudos foram realizados em colônias de laboratório, no Insetário do Departamento de Biologia Animal da Universidade Federal de Viçosa (UFV) em salas sob a temperatura de 25±5ºC, 75±10% U. R., e 12:12 (L:D). Foram utilizadas colônias pequenas (1,5L de jardim de fungo) e grandes (25,0L de jardim de fungo) de Atta sexdens rubropilosa, colônias de A. laevigata, A. bisphaerica, Acromyrmex subterraneus subterraneus, Ac. subterraneus molestans com volume de fungo entre 5,0 e 6,0L e, ainda, colônias de Solenopsis invicta. Os bioensaios realizados nas colônias consistiam no oferecimento de fragmentos de papel filtro impregnados com: o [beta]-eudesmol (tratamento), com o solvente utilizado nas diluições do produto (controle) e somente papel-filtro (branco), nas arenas de forrageamento simultaneamente. Numa primeira etapa, verificou-se que o [beta]-eudesmol desencadeou a agressão entre companheiras de ninho, com maior intensidade em colônias grandes do que nas pequenas. Esta alteração comportamental foi caracterizada por inspeção, mordidas nas pernas, abdome e cabeça, com mutilações e morte. Numa segunda etapa, verificou-se que o produto promove comportamento agressivo somente em colônias de formigas do gênero Atta, sendo que dentre as três espécies desse gênero estudadas, A. sexdens rubropilosa foi a que demonstrou maior agressividade entre as companheiras de ninho. O [beta]-eudesmol não provocou qualquer efeito quando foram realizadas aplicações tópicas nas operárias. Na terceira parte deste trabalho, procurou-se demonstrar o modo de ação do [beta]-eudesmol. Para isso, foram realizadas bioensaios com formigas liberando ou não o feromônio de alarme, e em contato com o [beta]-eudesmol, com base na hipótese de que o produto sinergiza o feromônio de alarme. Também efetuaram-se análises químicas da cutícula das operárias que tiveram contato com o produto, fundamentadas na hipótese de modificação da cutícula, do odor individual e conseqüentemente não reconhecimento de companheiras de ninho. Os resultados obtidos evidenciaram que o [beta]-eudesmol interfere tanto no sistema de alarme, quanto no de reconhecimento de companheiras de ninho. Estes resultados sugerem que o [beta]-eudesmol é uma substância que promove a quebra da coesão das colônias e isto ocorre em conseqüência da falta de reconhecimento das companheiras de ninho que possivelmente está associada a modificação da composição da cutícula das formigas juntamente com a ação no sistema de alarme.