Avaliação de uma fábrica de ração para aves: instalações, processos e produto final
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ Doutorado em Engenharia Agrícola UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/687 |
Resumo: | Objetivou-se, com este trabalho, analisar e caracterizar quantitativamente e qualitativamente uma indústria de fabricação de ração para aves. Para isto, realizou-se um estudo inicial, avaliando-se a fábrica de ração, a partir das normas das Boas Praticas de Fabricação de Rações e da norma internacional da gestão da qualidade ISO 9000:2000. Verificou-se nos resultados, que a indústria de fabricação de ração não atendeu, em completo, as normas supra mencionadas, apesar das mesmas serem implementadas na indústria. Avaliaram-se as matérias-prima usadas para a fabricação das rações, provenientes de diferentes regiões do estado de Minas Gerais. Observou-se que o milho fornecido para a indústria de ração teve classificação “tipo 1”. Por outro lado, entre os derivados de outros produtos avaliados, como as farinhas de origem animal, verificaram-se altos índices de contaminações bacterianas, principalmente da espécie Salmonella (5,3x102 UFC.g-1). Infestações por insetos-praga, roedores, ácaros e a presença de fungos foram encontrados presentes nos setores de maior movimentação de matérias-prima e rações. A contaminação cruzada foi outro fator presente na indústria, proveniente da água, ar ambiente e superfícies de equipamentos de trabalho. Durante o processo de industrialização da ração observou-se a possibilidade de reduzir os índices de contaminação de 7,0x103 para 1,5x102 UFC.g-1, conforme era concluído o processo de fabricação. O uso de temperaturas elevadas nos processos de secagem do milho, sistemas de moagem, de mistura dos ingredientes e de peletização da ração podem ter influenciado na redução da contaminação microbiológica nos lotes de produtos avaliados. Os procedimentos operacionais de manutenção dos equipamentos influenciaram as perdas físicas de grãos, farelos, farinhas, microingredientes e rações, chegando a aproximadamente 120 kg, com um custo médio de perdas de R$ 55,23 à hora. Verificou-se alto índice de contaminação de fungos nas análises realizadas nos produtos considerados como perdas (7,4x104 UFC.g-1). Avaliaram-se a contaminação do milho e da ração, por micotoxinas, e as possíveis alternativas para reduzir e controlar estes problemas a partir dos processos de separação física do milho e da industrialização da ração. Os resultados com a separação física do milho pelo tamanho e massa específica foram positivos. Os altos níveis de concentração de aflatoxinas (166,0 ppb) e fumonisinas (12,6 ppm) foram observados nas frações de 0,7 para 0,9 g.cm-3 de massa específica. Os métodos de separação por peneiras e aspiração foram os que tiveram maiores reduções nos níveis de contaminação por aflatoxinas e fumonisinas, chegando a aproximadamente 60%. No processamento da ração, observou-se que, para os diferentes níveis iniciais de contaminações, houve redução de aflatoxinas (2,4 ppb) e fumonisinas (0,2 ppm), quando a ração foi exposta há 60 segundos e temperatura de 82 oC. Com base nos resultados experimentais e nas condições operacionais em que foi conduzido o experimento, conclui-se que: as matérias-prima e rações processadas têm características físico-químicas adequadas para alimentação de aves, porém apresentam problemas de contaminações microbiológicas que podem causar doenças e reduzir a produção; o monitoramento de algumas etapas do processo de fabricação da ração poderá reduzir os níveis de contaminações microbiológicas e de micotoxinas na ração final; a não implementação adequada de um programa de manutenção preventiva e corretiva traz como conseqüências perdas de matérias prima e rações, aumentando os custos de produção. |