Prospecção etnofarmacológica de plantas medicinais utilizadas pela população remanescente de quilombolas de Rolim de Moura do Guaporé, Rondônia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Nunes, Reginaldo de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9275
Resumo: Biodiversidade, plantas desenvolvimento de medicinais, novos populações medicamentos são tradicionais temas e importantes amplamente discutidos. O objetivo deste trabalho foi contribuir com o conhecimento etnofarmacológico de plantas medicinais utilizadas pela população remanescente de quilombolas de Rolim de Moura do Guaporé, município de Alta Floresta do Oeste, estado de Rondônia. Foram entrevistados 39 moradores, utilizando-se formulário semiestruturado e amostragem “bola de neve”. Três grupos de variáveis foram analisados: sociocultural, etnomédica e etnofarmacológica, utilizando-se as seguintes análises quantitativas: frequências absoluta e relativa, índice de concordância de uso (CUP) e força medicinal (FM). As espécies medicinais citadas foram identificadas in loco com bibliografia especializada, por revisões, estudos taxonômicos disponíveis e comparações morfológicas de exsicatas de banco de dados de herbários online. Participaram da pesquisa, predominantemente, entrevistados do sexo feminino (51,28%), com idade entre 33 e 84 anos, naturais do próprio Distrito (53,85%) e moradores há mais de 10 anos (89,74%), casados (74,36%), com ensino fundamental incompleto (56,41%) e aposentados (38,46%). Quanto ao uso das plantas medicinais, 100% faziam ou já fizeram uso no tratamento de alguma enfermidade, utilizando-se do recurso vegetal há mais de 10 anos (94,87%). Aprenderam a usar as plantas com a mãe (30,99%) e repassavam esse conhecimento principalmente aos filhos e parentes (61,82%). Foram citadas pelos entrevistados 148 espécies de plantas medicinais, pertencentes a 134 gêneros e 62 famílias botânicas. As espécies que apresentaram as maiores forças medicinais e tiveram os valores do CUPc entre 25,00 e 75,00 foram: Stachytarpheta cayennensis (Rich) Vahl. (gervão), Plectranthus barbatus Andrews (boldo), Chenopodium ambrosioides L. (erva-de-santa-maria), Bixa orellana L. (urucum), Passiflora alata Curtis (maracujá), Arrabideae chica (Humb. & Bonpl.) B. Verl. (crajiru), Ocimum gratissimum L. (alfavaca), Chamomilla recutita (L.) Rauschert. (camomila), Rosmarinus officinalis L. (alecrim) e Zingiber officinale Roscoe (gengibre). A folha é a parte da planta mais utilizada (52,03%), sendo a infusão (37,21%) a forma de preparo predominante. As espécies tiveram 753 indicações de uso, sendo as doenças do aparelho digestório (15,54%) as mais indicadas ao tratamento com as espécies medicinais. O registro das informações etnofarmacológicas da pesquisa tem importância na conservação do conhecimento local adquirido ao longo do tempo pela população. Os recursos vegetais são importantes, pois em certos momentos se tornam os únicos disponíveis ao tratamento de afecções que afligem a comunidade. São necessários estudos futuros, tendo em vista o acréscimo e aprimoramento de informações disponibilizadas neste estudo.