O corpo gorduroso de Lutzomyia longipalpis e Phlebotomus papatasi (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae): estudo morfológico em diferentes condições

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Assis, Wiviane Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Análises quantitativas e moleculares do Genoma; Biologia das células e dos tecidos
Mestrado em Biologia Celular e Estrutural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2369
Resumo: Os flebotomíneos dos gêneros Lutzomyía e Phlebotomus são encontrados no Novo e Velho Mundo, respectivamente. Suas fêmeas são hematófagas e importantes vetores de vírus, bactérias e várias espécies de Leíshmanía. Apesar de sua importância, alguns aspectos da morfofisiologia desses insetos permanecem pouco estudados, incluindo a organização do seu corpo gorduroso (CG). O CG é um órgão multifuncional, cujas funções incluem o armazenamento de nutrientes (proteínas, carboidratos e lipídeos). O objetivo deste trabalho foi descrever o CG de fêmeas adultas de Lutzomyía longípahyís e Phlebotomus papatasí, estudar as alterações subcelulares que ocorrem quando submetidas a diferentes dietas e estudar o efeito da administração de anticorpos antiquitinase e antiperitrofina na dieta sanguínea no acúmulo de lipídeos nos trofócitos. Dois grupos de fêmeas foram usados para as duas espécies: 45h após o repasto sanguíneo e alimentadas com solução de sacarose (20-30%), estudados através das microscopias óptica e eletrônicas de varredura e transmissão e pelas análises de morfometria, onde foram medidas as áreas das gotículas lipídicas dos trofócitos. A abordagem morfométrica também foi empregada em fêmeas submetidas às dietas sanguíneas contendo dois anticorpos contra a matriz peritrófica: antiquitinase e antiperitrofina. O CG é bastante semelhante entre as duas espécies em termos de localização, organização e composição celular, sendo subdivididos em parietal (logo abaixo do tegumento) e perivisceral. As células que compõem o CG são os trofócitos e os enócitos, sendo os primeiros muito mais abundantes, ricos em mitocôndrias e RER nos insetos alimentados com sangue. Os enócitos são células ricas em REL, reforçando a hipótese delas estarem envolvidas na síntese de lipídeos. Apesar de serem espécimes anautógenas e autógenas (L. longípahyís e P. papatasí, respectivamente), elas compartilham alterações subcelulares observadas mediante a dieta sanguínea, mesmo que no primeiro caso ela não seja essencial para o desenvolvimento dos ovócitos. Não houve diferenças significativas no tamanho da área das gotículas de lipídeos entre fêmeas tratadas com os dois anticorpos e as do grupo controle. Por outro lado, 48h após o repasto a área das gotículas de lipídeo do controle é quase duas Vezes maior do que os espécimes tratados com antiperitrofina e antiquitinase, porém, entre as fêmeas tratadas com os anticorpos não houve diferença. Em 72h após o repasto, a área das gotículas de fêmeas tratadas com antiperitrofina foi quase duas Vezes maior do que do controle e dos tratados com antiquitinase. Em P. papatasí, a área das gotículas 24h após o repasto tratadas com antiquitinase é quase o triplo em relação ao controle e em tomo de duas Vezes maior que às tratadas com antiperitrof1na. Em 48h e 72h após o repasto houve diferença significativa apenas entre as fêmeas tratadas com antiquitinase e antiperitrof1na. Nossos resultados sugerem que os anticorpos foram capazes de interferir indiretamente no armazenamento de lipídeos em L. longípahaís e P. papalasí a partir das 48h seguidas do repasto sanguíneo. Esse trabalho constitui um estudo inédito do CG de flebotomíneos e fornece importantes informações para uma maior compreensão da fisiologia dos mesmos.