Dinâmica da vegetação do Ultimo Máximo Glacial (21 ka) e Holoceno médio (6 ka): um modelo ecológico de nicho de biomas baseado em clima e solo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Arruda, Daniel Meira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10619
Resumo: Diversas técnicas de modelagem tem sido utilizadas para predizer o paleoespaço ocupado por biomas ou espécies. Porém, a liberdade de escolha das variáveis respostas e disponibilidade de preditores diferentes dos climáticos têm sido a maior restrição dos modelos, gerando distribuições com baixa acurácia ou incoerente com a cobertura real. Objetivou-se caracterizar o nicho fundamental dos biomas mais representativos do Brasil e predizer suas coberturas para o momento atual e para dois episódios passados, o Ultimo Máximo Glacial e o Holoceno Médio. Para tanto, foi utilizada a modelagem de nicho ecológico, com preditores climáticos e pedológicos. Como unidades amostrais, foram utilizadas 500 células de 100 km2 para 10 biomas, derivados do mapa de vegetação oficial do Brasil. Foi utilizado um total de 10 preditores em um modelo gerado pelo classificador RandomForest. Para a predição do clima pretérito, foram utilizados preditores climáticos de três modelos de circulação geral (CCSM4, MPI- ESM-P e MIROC-ESM). A calibração foi executada com 200 amostras de treinamento de cada bioma. Foram utilizados sítios de fosseis polínicos com uma comparação direta para a validação das reconstruções. Para a condição atual, um Kappa de 0,82 foi possível, gerando um predição altamente coerente com a cobertura real do país. Mostramos aqui que a diversidade de biomas existentes, marcadamente diferentes, não deve ser subestimada, e que, embora apresentem complexa relação, são passiveis de serem modelados com grande acurácia utilizando preditores climáticos e pedológicos. O clima pretérito foi mais frio e úmido em quase todo território, porém, a bacia Amazônica foi a região mais afetada pelas alterações climáticas dos últimos 21 ka. Isso fez com que a dinâmica de vegetações fosse mais intensa nesse local. Na região sul, a floresta subtropical se desloca para menores latitudes, enquanto os campos sulinos expandiam sua cobertura. Para a maioria dos biomas, as maiores alterações foram restritas às porções ecotonais, corroborados pelos fosseis polínicos. Os preditores utilizados mostram-se eficientes e complementares, pois abrangem partes distintas do nicho multidimensional, possibilitando reconstruções da cobertura vegetal mais plausíveis com a realidade abiótica.