Efeito do acaricida ciflumetofem no intestino médio, glândula hipofaríngea e corpo gorduroso de operárias da abelha Apis mellifera
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Biologia Celular e Estrutural |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/32563 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.305 |
Resumo: | A abelha Apis mellifera é polinizadora de várias plantas e seus produtos são utilizados como alimento e na indústria farmacêutica. Nos últimos anos, tem ocorrido o declínio nas populações de abelhas, com causas multifatoriais, entre elas, a intensificação no uso de pesticidas na agricultura. Ciflumetofem é um pesticida utilizado em culturas de maçã, café e citros, que tem A. mellifera como principal polinizadora, sendo um potencial alvo desse químico, durante o forrageio. Este estudo avaliou se o ciflumetofem causa danos histopatológicos e citológicos no intestino médio, glândula hipofaríngea e corpo gorduroso de operárias de A. mellifera expostas ao ciflumetofem. No capítulo 1, foram avaliados a toxicidade e os danos causados pelo pesticida após 24h, 48h e 72h de exposição. O ciflumetofem é tóxico para a abelha com CL50 de 2,54 g/L após 72h. O epitélio do intestino médio das abelhas tratadas apresentou vacuolização citoplasmática, liberação de vesículas e fragmentos celulares, indicativos de autofagia, detoxificação e morte celular, respectivamente. Análise ultraestrutural do intestino médio mostrou dilatação do labirinto basal e presença de esferocristais nas células digestivas, que indica maior transporte de substâncias entre a hemolinfa e o citosol das células e presença de substâncias tóxicas, respectivamente. As glândulas hipofaríngeas apresentaram maiores quantidades de secreção nas abelhas tratadas, sugerindo que ciflumetofem interfere na regulação secretora dessa glândula, enquanto o corpo gorduroso apresentou alterações na quantidade de proteínas nas abelhas expostas ao ciflumetofem por 24h e 72h. No capítulo 2, foram avaliados os efeitos de ciflumetofem nos mesmos órgãos de A. mellifera, com a concentração subletal: CL9/100 (5 ppm) por 72h e 10 dias de exposição. O intestino médio das abelhas tratadas apresentou intensa vacuolização citoplasmática e fragmentação celular. As glândulas hipofaríngeas das abelhas tratadas apresentaram o aparato terminal cheio de secreção formando sáculos evidentes. O intestino médio teve índice de lesão significativo em 72h de exposição ao ciflumetofem, o qual regrediu após 10 dias, indicando possível recuperação do órgão. Nas glândulas hipofaríngeas os sáculos do aparato terminal estavam cheios de secreção, sugerindo que o pesticida interfere na regulação secretora dessa glândula. Em relação a citotoxicidade, no intestino médio, ocorreram células com protrusões apicais sem organelas em seu interior, ruptura da membrana plasmática e extravasamento do conteúdo, características de degeneração celular. Nas glândulas hipofaríngeas, as células secretoras apresentaram grânulos de secreção em todo o citoplasma, com possível indução a um forrageamento precoce. O corpo gorduroso apresentou alterações apenas nas quantidades de proteínas. No geral, os resultados revelam que ciflumetofem apresenta toxicidade para A. mellifera e gera danos nos órgãos, mesmo em concentração subletal, podendo comprometer as funções desses órgãos e afetar a manutenção e saúde de toda a colônia. Assim a classificação desse composto como sem efeitos ou com impacto limitado em artrópodes benéficos e inimigos naturais e com recomendação para uso no manejo integrado de pragas necessita ser reavaliado. Palavras-chave: Citotoxicidade; Histologia; Polinizador; Ultraestrutura. |