Variabilidade espacial e dinâmica do acúmulo de forragem em pastos de capim-braquiária sob lotação contínua
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Doutorado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1736 |
Resumo: | Foram conduzidos dois experimentos em pastagem de Brachiaria decumbens cv. Basilisk (capim-braquiária) pertencente ao Setor de Forragicultura do Departamento de Zootecnia, na Universidade Federal de Viçosa, sendo o primeiro realizado entre novembro de 2007 a maio de 2008, com o objetivo de quantificar a variabilidade espacial de pastos de capim-braquiária manejados sob lotação contínua com bovinos. Para isso, foram avaliadas quatro alturas de plantas (10, 20, 30 e 40 cm) no mesmo pasto de capim-braquiária manejado com altura média de 25 cm, o que foi possível devido à natural variabilidade espacial da vegetação. O delineamento foi em blocos ao acaso com duas repetições. Foram determinadas as seguintes variáveis respostas: variação temporal da altura das plantas, massa e densidade volumétrica da forragem e de seus componentes morfológicos, interceptação de luz pelo dossel, densidade populacional e características de perfilhos, e características morfogênicas e estruturais do pasto. O segundo experimento ocorreu de junho de 2008 a março de 2009, período em que foram avaliadas duas estratégias de manejo do pastejo. Em uma, o pasto foi mantido com 25 cm de altura média durante todo o período experimental. A outra correspondeu à manutenção do pasto com 15 cm de altura média durante o inverno, e aumento para 25 cm a partir do início da primavera. Adotou-se o esquema de parcelas subdivididas e o delineamento em blocos casualizados com quatro repetições. As parcelas corresponderam às estratégias de manejo do pastejo, e as subparcelas foram as estações do ano. O número de perfilho, o fluxo de tecidos, a dinâmica do perfilhamento e do acúmulo de forragem foram quantificados. No primeiro experimento, a variação temporal da altura da planta apresentou resposta linear negativa com a altura do capim-braquiária. De forma linear, as massas de forragem e de seus componentes morfológicos aumentaram e a densidade volumétrica da forragem diminuiu com o incremento da altura da planta. A interceptação de luz (IL) pelo dossel variou segundo o modelo quadrático, em que as plantas com altura de 10, 20, 30 e 40 cm apresentaram valores de 56,2; 85,2; 93,4 e 96,6% de IL, respectivamente. Os números de perfilhos vegetativos e vivos decresceram linearmente, enquanto que os de perfilhos reprodutivos e mortos incrementaram linearmente com o aumento da altura da planta. A massa dos componentes morfológicos e o peso dos perfilhos também aumentaram de modo linear com o acréscimo da altura da planta. Com relação às características morfogênicas e estruturais dos perfilhos, verificaram-se efeitos lineares, com acréscimos nas taxas de senescência foliar e de alongamento de pseudocolmo, no número de folhas pastejadas e nos comprimentos da lâmina foliar e do pseudocolmo, bem como decréscimo na taxa de aparecimento foliar com o aumento da altura da planta no mesmo pasto. No segundo experimento, o rebaixamento do pasto para 15 cm no inverno resultou em maior taxa de aparecimento foliar (0,02 folha/perfilho.dia) e superior número de folha viva (4,5 folhas por perfilho) no inverno. Todavia, essa estratégia de manejo fez com que, em geral, a duração de vida da folha (66 dias), a taxa de senescência foliar (0,22 cm/perfilho.dia), e os comprimentos da lâmina foliar (11 cm) e do pseudocolmo (15,2 cm) fossem menores nos meses de inverno, em relação ao pasto com 25 cm. Nesta estação, houve inferiores taxas de aparecimento foliar (0,06 folha/perfilho.dia), de alongamento foliar (0,110 cm/perfilho.dia) e de alongamento de pseudocolmo (0,008 cm/perfilho.dia), menores número de folha viva (2,9 folhas por perfilho), comprimentos da lâmina foliar (8,6 cm) e do pseudocolmo (13,5 cm). Por outro lado, a duração de vida da folha (139 dias) e o número de folha morta (2,0 folhas por perfilho) foram superiores no inverno. O maior valor de taxa de senescência foliar ocorreu na primavera (0,40 cm/perfilho.dia). No tocante à dinâmica de perfilhamento do capim-braquiária, a taxa de aparecimento de perfilho (4,7%), o site filling (0,103 perfilho/folha), a taxa de mortalidade (4,7%) e o número de perfilho vegetativo (1.620 perfilhos/m2) foram inferiores no inverno. Nesta estação, contudo, a taxa de sobrevivência de perfilho foi superior (95,3%). Dentre as estações, o número de perfilho morto foi menor na primavera (490 perfilhos/m2), enquanto que o número de perfilho reprodutivo foi maior no verão (244 perfilhos/m2). Em comparação aos pastos mantidos com 25 cm, aqueles manejados com 15 cm de altura média no inverno apresentaram maiores taxas de aparecimento de perfilho (34,2%), site filling (0,133 perfilho/folha) e número de perfilho vegetativo (1.852 perfilhos/m2), além de menor número de perfilho morto (566 perfilhos/m2). A diminuição da altura média do pasto para 15 cm no inverno também resultou, quando comparado ao pasto mantido com 25 cm, em maiores taxas de crescimento total (95 kg/ha.dia) e de folha (66,1 kg/ha.dia), assim como superiores taxas de acúmulo total (81,5 kg/ha.dia) e de folha (52,6 kg/ha.dia). A produção acumulada de forragem (do inverno até o verão) foi maior no pasto rebaixado para 15 cm no inverno (25,6 t/ha de MS) em relação ao pasto manejado com 25 cm de altura média (22,2 t/ha de MS). No que tange as estações do ano, no inverno, houve menores taxas de crescimento total (6,4 kg/ha.dia), de folha (5,6 kg/ha.dia) e de pseudocolmo (0,8 kg/ha.dia), e também inferiores taxas de acúmulo total (-6,6 kg/ha.dia) e de folha (-7,5 kg/ha.dia). Já na primavera ocorreu maior taxa de senescência foliar (22,4 kg/ha.dia). Com base nos resultados obtidos, conclui-se que: 1) há variabilidade espacial e temporal da vegetação em pastos de Brachiaria decumbens cv. Basilisk manejada sob lotação contínua com bovinos; 2) a estrutura do pasto é modificada pela altura da planta forrageira; 3) o acúmulo de forragem é otimizado quando o pasto de capim-braquiária é rebaixado para 15 cm durante o inverno e, na primavera e verão subseqüentes, a sua altura média é aumentada para 25 cm. |