Complexo rupestre ferruginoso em Morro do Pilar, Espinhaço Meridional de Minas Gerais: solo - vegetação e diversidade filogenética
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/29037 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2021.197 |
Resumo: | A vegetação dos Campos Rupestres pode estar associada a afloramentos quartiziticos, granitos- gnaisses, itabiritos/jaspelitos e arenitos, e geralmente são encontradas acima de 900m. As diferenças fitofisionômicas encontradas nos Campos Rupestres são moldadas principalmente pela estratificação geoambiental ecossistêmica da vegetação que varia conforme a composição pedológica se distingue. Essa heterogeneidade das fitofisionomias acarretou na reclassificação de Campo Rupestre para Complexo Rupestre, o qual apresenta diferentes geoambientes (que são relativamente homogêneos). As condições edáficas e ambientais (e.g. isolamento geográfico) dos Complexos Rupestres refletiram em filtros ambientais que resultaram na alta diversidade, riqueza e endemismo nesses ambientes, tornando-os hotspots de biodiversidade. Dentre os Complexos Rupestres encontrados no Brasil (que se concentram no alinhamento do Espinhaço), destacam-se para este trabalho, os Complexos Rupestres Ferruginosos (CRFs), cujos complexos de solo (canga) são resultado do intemperismo, pedogenese policíclica da rocha matriz e das variações climáticas do Quaternário, que evidenciam uma couraça ferruginosa irregular, o que permitiu o surgimento de microblosões de solo, ideais para o enraizamento de herbáceas. Fatores genéticos da vegetação local e a presença de termiteiros foram considerados em alguns estudos como essenciais no processo de resiliência da vegetação que lida com elevadas concentrações de metais, lixiviação, entre outros. Apesar do grande endemismo, importância ecológica e características únicas, os CRFs estão classificados como criticamente em perigo, onde as atividades antrópicas são as principais modificadoras dessas exuberantes paisagens. Investigar os mecanismos biológicos desses ecossistemas, refinando-os em dados (Fitossociológicos/Diversidade Filogenética) que auxiliem na preservação de áreas prioritárias e recuperação de áreas degradadas é de suma importância para a manutenção desses ambientes. Dessa forma, o presente trabalho objetivou a compreensão da variação vegetacional em dois geoambientes espacialmente próximos, no Complexo Rupestre Ferruginoso da Fazenda Volta da Tropa em Morro do Pilar, porção leste do Espinhaço, em Minas Gerais, Brasil. Ademais, foi realizada a quantificação da riqueza e abundância vegetal, a relação das distribuições das espécies com as características superficiais do solo, a avaliação a diversidade filogenética entre os geoambientes, e a caracterização/correlação das variáveis pedológicas que estruturam cada comunidade vegetal com a diversidade filogenética. Foram encontradas dissimilaridades nos dois geoambientes, reforçando que apesar da proximidade em escala espacial pequena e do compartilhamento de algumas espécies, persiste um mosaico heterogêneo no CRF da Fazenda Volta da Tropa. Dentre as principais dissimilaridades, destacam-se a riqueza e cobertura vegetal explicadas pela textura e profundidade do solo, em que CRAB teve menor riqueza e cobertura de espécies, e o solo esteve mais relacionado com concentrações biodisponíveis, matéria orgânica, areia grossa, argila e silte. Já CRAR apresentou maior riqueza e cobertura, e o solo mais relacionado com profundidade e areia fina. Em relação à Diversidade Filogenética, os dois geoambientes também apresentaram diferenças. As métricas que mais explicaram essa diferença foram: PD, MPD e ses.MPD. CRAB apresentou agrupamento filogenético e CRAR uma estrutura aleatória. Algumas hipóteses da Teoria OCBIL reforçam o encontrado neste trabalho, como a hipótese das oscilações climáticas do Quaternário, do ‘Ultimate Self’ e da Herança Gondwana. Dentre as relações com o solo, a métrica ses.MPD foi explicada pelos efeitos negativos de Al e PC1t, e em escala fina a textura do solo determinou a diferença na Diversidade Filogenética. Tendo em vista os aspectos observados, este trabalho reforça que, a generalização da vegetação ocorrente em diferentes gradientes geoambientais dos CRFs, pode gerar resultados tendenciosos. Além disso, correlacionar estudos fitossociológicos, edáficos e filogenéticos foi de suma importância para compreensão da variação de dois geoambientes espacialmente próximos em um Complexo isolado. Palavras-chave: Campo Rupestre. Geoambiente. OCBILs. Ecologia de Comunidades. |