Ambientes, solos e uso com vista ao potencial de produção de água em microbacias (Mata Atlântica) do município de Guarapari, ES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Cunha, Alexson de Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10794
Resumo: Foram estudadas quatro microbacias do município de Guarapari, sul do Estado do Espírito Santo. Objetivou-se levantar alguns aspectos das classes de solos, dos ambientes e do uso do solo, que podem influenciar na qualidade e quantidade de água “produzida” nas microbacias. Para este propósito, oito perfis representativos da área foram descritos e coletados. As amostras de solos foram analisadas física, química e mineralogicamente. Além da caracterização física em laboratório, testes de resistência à penetração e condutividade hidráulica saturada foram realizados em condições de campo. Para caracterização química da água foram feitas 17 amostragens ao longo dos cursos d’água. Os mapas de solos e de uso do solo foram produzidos utilizando-se aerofotos não-convencionais na escala 1:10.000 e, a caracterização morfométrica das microbacias, as informações da carta planialtimétrica do IBGE. Entrevistas informais relacionadas ao uso do solo foram realizadas com alguns agricultores. A área de estudo foi estratificada em cinco ambientes distintos, quanto aos tipos de solos, relevo e uso do solo. Maior deflúvio superficial, processos erosivos e enchentes são passíveis de ocorrer na microbacia do córrego do Oratório, devido ao maior índice de compacidade e o maior percentual de solos de pouca profundidade efetiva. Aproximadamente 40% das áreas das microbacias são ocupadas por pastagens. Nos ambientes em que são comuns as atividades pecuárias extensivas, a pastagem apresentou uma maior resistência à penetração nos primeiros centímetros de profundidade e um menor índice de cobertura, quando comparado ao solo com cobertura de mata secundária, evidenciando uma maior pressão de uso. Em maior profundidade, os horizontes característicos de cada classe de solo, foi determinante na resistência à penetração. Nos horizontes B texturais os valores tenderam a ser mais elevados. As maiores condutividades hidráulicas saturadas foram obtidas a 20 cm de profundidade provavelmente explicadas pelo maior teor de matéria orgânica e textura mais arenosa. Na profundidade 40cm, a maior restrição à condutividade foi devido ao horizonte Bt1 do Argissolo Vermelho Distrófico típico. Todos os solos estudados são distróficos, sendo a caulinita, a gibbsita e os óxidos de ferro os minerais mais comuns na fração argila. As várzeas, de uso mais intensivo, são geralmente drenadas pelos agricultores. Os Latossolos Amarelos bem intemperizados e profundos, de maior ocorrência na microbacia do córrego do Limão, bem como os Gleissolos, se preservados da drenagem artificial, são os maiores potenciais para a produção de água. Nas amostras de água, apenas os teores de fósforo se encontram um pouco acima do permitido para a classe de uso 3 (para abastecimento doméstico, após tratamento convencional), em conformidade com os padrões de qualidade do CONAMA. Os solos distróficos, o relevo montanhoso e a pouca valorização dos serviços e produtos agrícolas, são umas das maiores dificuldades encontradas pela agricultura familiar. Entretanto, em razão das belezas da paisagem, com diferentes ambientes, as atividades como o agro e ecoturismo são os grandes potenciais da área.