Indicadores de serviços ecossistêmicos em sistemas silvipastoris

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Obolari, Amana de Magalhães Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Ciência Florestal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29689
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.091
Resumo: Devido à necessidade de priorizar formas de uso da terra que combinem produção e conservação, os sistemas agroflorestais têm sido recomendados como sistemas de produção ambientalmente mais viáveis e capazes de fornecer diversos serviços ecossistêmicos de regulação e suporte. O presente estudo objetivou quantificar e comparar indicadores de serviços ecossistêmicos (serapilheira, umidade, microbiologia e fertilidade do solo) em diferentes ambientes, bem como analisar a influência desses ambientes nessas variáveis, sendo: dois sistemas silvipastoris, pasto em monocultivo e fragmento florestal, nos domínios da Mata Atlântica. O experimento foi conduzido no Campo Experimental da Embrapa Gado de Leite, em Coronel Pacheco, MG. Foram avaliados dois sistemas silvipastoris (SSPs), sendo: SSPA (Eucalyptus grandis, Acacia mangium e Urochloa decumbens) e SSPB (Eucalyptus grandis e Urochloa decumbens); pasto em monocultivo (Urochloa decumbens) e fragmento florestal de Mata Atlântica. A coleta de serapilheira foi realizada mensalmente, durante 1 ano, a 0, 2, 7,5 e 15 m das árvores nos SSPs, e de forma aleatória no pasto em monocultivo e no fragmento florestal. A decomposição da serapilheira foi analisada via técnica de litter bags e, a taxa de respiração basal microbiana (TRB), medida pelo método respirométrico em sistema de fluxo contínuo. O carbono da biomassa microbiana do solo (Cbio) foi mensurado segundo metodologia de fumigação-incubação e o quociente metabólico (qCO 2 ) calculado pela razão entre atividade microbiana, médias diárias de C-CO 2 evoluído das amostras de solo, e Cbio estimado de cada amostra. A umidade do solo foi aferida por meio do dispositivo Diviner 2000, também em todos os ambientes e em todas as distâncias das árvores, uma vez ao mês durante um ano. Para a fertilidade do solo, amostras foram coletadas também em todos os ambientes e distâncias, para análises químicas a granulométricas. Para todas as variáveis foram utilizadas 5 repetições, sendo utilizado o teste não-paramétrico de Wald-Wolfolwitz para as comparações estatísticas entre os ambientes. Para a comparação do efeito das distâncias das árvores nos SSPs foram utilizados modelos de regressão simples. Para a análise da influência dos ambientes nas variáveis analisadas foi utilizada a análise de componentes principais (PCA) e ajuste de modelos mistos lineares (LMM). O aporte de serapilheira foi semelhante entre os dois SSPs, sendo em distâncias mais próximas às árvores maior que no fragmento florestal. O aporte de serapilheira no pasto em monocultivo foi maior que no fragmento florestal. Os teores de nitrogênio e lignina foram maiores no SSPA, onde observou-se menores relações C/N que foram maiores no pasto em monocultivo. A umidade do solo não diferiu entre os ambientes no período seco, porém no período chuvoso essa variável foi maior no SSPB e no pasto a 0-30cm de profundidade. A umidade do solo aumentou com as distâncias das árvores. A TRB e o qCO 2 foram menores no SSPA e no fragmento florestal, enquanto o Cbio foi maior no pasto e no SSPB. Os teores de matéria orgânica foram maiores nos SSPs e no pasto quando comparados ao fragmento florestal. Quando analisados os indicadores bioquímicos, foi possível observar uma distinção mais nítida entre os ambientes. A soma de bases (SB), matéria orgânica do solo, TRB, FDN, Cbio, C e N foram as variáveis que mais explicaram a variação dos dados quando analisado o PCA. O SSPB influenciou negativamente a SB, o C e o N. A espécie leguminosa fixadora de nitrogênio no SSPA pode ter contribuído para os maiores teores de N observados nesse ambiente, e evidencia melhor qualidade dessa serapilheira quando comparada ao SSPB e ao pasto em monocultivo. As maiores relações C/N no pasto em monocultivo, evidenciam maior imobilização de N, e consequente menor qualidade da serapilheira nesse ambiente. Os menores valores de TRB e qCO 2 no SSPA e no fragmento florestal indicam maior estado de equilíbrio da microbiota do solo nesses ambientes. Altos valores de TRB e qCO 2 indicam desequilíbrio do ecossistema, bem como baixa eficiência dos microrganismos na utilização dos recursos proporcionados pelo ambiente. A menor umidade do solo em camadas superficiais no fragmento florestal e próximo às árvores no SSPA, pode ser indicativo de melhor estrutura do solo nesses ambientes, e por consequência maior drenagem e taxa de infiltração. Os maiores teores de matéria orgânica nos SSPs e no pasto, quando comparados à mata, podem estar associados ao maior aporte de serapilheira nesses sistemas, e também pela deposição de resíduos associada à presença do componente animal. A influência negativa do SSPB nas variáveis SB, C e N, pode ser explicada pela maior acidez observada nesses solos, bem como à menor qualidade da serapilheira quando comparado ao SSPA. A presença do componente arbóreo influenciou positivamente na quantidade e qualidade da serapilheira, nos indicadores microbiológicos e na umidade do solo, principalmente no SSPA. Houve influência dos ambientes nos indicadores avaliados, principalmente quando analisados os indicadores bioquímicos, tendo o ambiente SSPB influenciado negativamente em algumas variáveis. Palavras-chave: Serviços ambientais. Sistemas agroflorestais. Ciclagem de nutrientes. Qualidade do solo. Serviços de regulação. Serviços de suporte.