Mudanças nos órgãos excretores da abelha Apis mellifera durante a metamorfose: morfogênese, remodelação, morte e proliferação celular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gonçalves, Wagner Gonzaga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/19760
Resumo: A abelha Apis mellifera tem importância ecológica e econômica, no entanto, sofre um declínio populacional, talvez devido à exposição a compostos tóxicos, que são excretados pelos túbulos de Malpigui. Durante a metamorfose de A. mellifera, os túbulos de Malpigui degeneram e são formados de novo. O objetivo deste trabalho foi verificar os eventos celulares na renovação dos túbulos Malpighi, acompanhando na metamorfose, quais as etapas da remodelação celular, determinando os tipos celulares e seus papéis na atividade excretora e inicio do controle homeostático em A. mellifera. As análises ultraestruturais e de imunofluorescência mostraram que as células dos túbulos de Malpighi de larvas degeneraram por apoptose e autofagia (larva L5S e pré-pupa) e novos túbulos de Malpigui são formados por proliferação celular. (larva L5S e pupa de olhos castanhos). A ultraestrutura das células dos túbulos de Malpigui sugere que uma remodelação celular ocorra a partir de pupa de olhos marrons, indicando o inicio de uma atividade de excreção nos túbulos de Malpigui pupais. Em abelhas adultas (recém-emergida e forrageira), dois tipos celulares ocorrem nos túbulos de Malpigui, um com características ultraestruturais de produção da urina primária e outro tipo de célula com características que sugerem um papel na reabsorção da urina primária. Este estudo sugere que, durante a metamorfose, os túbulos de Malpigui não são funcionais até pupa de olhos castanhos, indicando que A. mellifera pode ser vulnerável a compostos tóxicos nas primeiras nas fases pupais. Além disso, a ultraestrutura celular sugere que os túbulos Malpigui podem ser funcionais a partir de pupa de olhos marrons e adquirem maior complexidade na abelha operária forrageira. Nos insetos, o intestino posterior é um órgão homeostático, sendo este dividido em piloro, íleo e reto, que reabsorvem água, íons e pequenas moléculas produzidas na filtragem da hemolinfa e nas fezes. Esse estudo reporta as mudanças morfológicas e os eventos celulares que ocorrem no intestino posterior durante a metamorfose da abelha A. mellifera. No intestino posterior, a imunolocalização de autofagossomos e a ultraestrutura as células epiteliais e do revestimento cuticular sugerem que em pré-pupa tem início a degradação cuticular, que em pupas de olhos brancos e rosas é reabsorvida e reciclada por autofagossomos, sendo a deposição da nova cutícula em pupa de olhos castanhos. Em larva L5S e pré-pupa, o intestino posterior apresenta proliferação celular em suas extremidades anterior e posterior. Na pupa, as regiões do piloro, íleo e reto estão evidentes e com proliferações celulares que cessam a partir de pupa de olhos marrons. Apoptose ocorre de larva L5S até pupa de olhos rosas. Em pupas de olhos castanhos e marrons, o epitélio do íleo muda de pseudoestratificado para simples somente após a produção da lâmina basal e o epitélio retal é achatado. Nas células do íleo de pupa de olhos pretos ocorrem grandes vacúolos e espaços subcuticulares, enquanto que na operária adulta forrageira, ocorrem invaginações apicais longas e muitas mitocôndrias, sugerindo uma atividade no transporte de compostos. Os resultados mostram que a morfogênese do intestino posterior é dinâmica, com remodelações teciduais e eventos celulares para a formação de diferentes regiões do órgão, reconstrução de uma nova cutícula e remodelação dos músculos viscerais.