Coberturas de solo para o cultivo de hortaliças agroecológicas em unidades familiares
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Solos e Nutrição de Plantas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/29299 |
Resumo: | A proteção do solo é fundamental para garantir a reprodução dos sistemas de agricultura familiar de base agroecológica ao longo do tempo. Existem várias fontes de resíduos vegetais nas unidades de produção familiar que podem ser aproveitadas como coberturas para a proteção solo. No entanto, seu uso por parte dos agricultores nem sempre é verificada, além de que há poucos estudos sobre estes materiais. Estudar os resíduos vegetais disponíveis nesses sistemas poderia contribuir para incentivar seu uso como cobertura. Nesse trabalho objetivou-se identificar a percepção dos agricultores em relação à prática de cobertura do solo e identificar e avaliar os resíduos usados ou com potencial de uso como cobertura nas unidades familiares. Especificamente objetivou-se avaliar a decomposição e liberação de nutrientes de quatro tipos de coberturas e seu efeito sobre o solo, a produção de alface e supressão de Tiririca (Cyperus rotundus L.). Para tanto, foram feitas entrevistas semiestruturadas e observação das práticas de manejo das coberturas nas propriedades de sete agricultores. Os agricultores conhecem os benefícios das coberturas do solo e aceitam essa prática como importante para o cultivo de hortaliças. No entanto, tem grande dificuldade em priorizar essa prática, pois alegam falta de mão de obra para tal. Existem vários resíduos vegetais com potencial de uso como o lírio do brejo, serapilheira da capoeira e do bambu. Dentre as coberturas mais usadas pelos agricultores está a bananeira. Foi avaliada a liberação de nutrientes de quatro das coberturas identificadas (serapilheira de capoeira e bambu, bananeira e grama), a partir do uso de câmeras de decomposição instaladas na horta de um dos agricultores entrevistados. O conteúdo das câmeras foi coletado aos 5, 15, 30 e 45 dias após a instalação do experimento. Em cada tempo de coleta foram analisados os conteúdos de N, P, K, Ca, Mg, Cu, Fe, Zn, Mn, a taxa de decomposição do material da câmera, o fluxo de CO 2 , o carbono da matéria orgânica particulada e associada aos minerais derivado das coberturas e do solo. Para avaliar a produtividade sob o efeito das coberturas foi medido o diâmetro das plantas de alface, número de folhas, peso da matéria fresca e seca. Foi avaliada também a umidade e temperatura do solo em superfície e a população de Tiririca por meio de uso de moldura de madeira. Os quatro materiais avaliados podem ser utilizados como cobertura morta, embora apresentem características distintas. A capoeira decompôs mais lentamente, portanto reduz o trabalho para sua reposição nos canteiros. A bananeira, disponibilizou mais nutrientes, em especial K e Mg, decompondo mais rapidamente. A bananeira, a capoeira e o bambu apresentaram os maiores fluxos de CO 2 . No tratamento com bananeira esse fluxo derivou principalmente do resíduo e não do solo como no tratamento com bambu. As coberturas não prejudicaram a produção de alface, diminuíram a temperatura (3,97 ºC) e aumentaram a umidade (22,6 %) do solo. As coberturas diminuíram o crescimento de Titirica (Cyperus rotundus L). nos canteiros durante o ciclo do cultivo (81,17 % aos 20 dias após plantio) e reduziram a mão-de-obra no seu controle, compensando de alguma forma o gasto de mão-de-obra desprendido com o manejo da cobertura. Os agricultores podem, portanto, diversificar e intensificar o uso das coberturas em função da disponibilidade do material na propriedade, da mão de obra e das exigências nutricionais das olerícolas. |