Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Alencar, Guilherme Viana de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10946
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Resumo: |
Nos últimos anos vêm crescendo, no Brasil, o número de adeptos da agricultura orgânica, impulsionados pela demanda gerada por um mercado de consumidores que buscam alimentos produzidos sem agrotóxicos. Os adeptos deste sistema promovem mudanças substanciais de seus métodos de produção, adquirindo conhecimentos técnicos e empíricos associados. Este estudo tem por objetivo a avaliação de aspectos sócio-econômico-ambientais e de qualidade do solo de sistemas de cultivo orgânico e convencional, visando a concepção de sustentabilidade dos sistemas. A pesquisa foi desenvolvida em propriedades que adotam sistemas de cultivo orgânicos e convencionais do distrito de Sussuanha, município de Guaraciaba do Norte- CE. O diagnóstico regional dos sistemas foi realizado em amostragem de sete produtores orgânicos e 21 convencionais, realizando entrevista informal caracterizando o meio social e as mudanças de qualidade de vida ocorridas com o tempo. Na pesquisa de campo, foram abertos quatro perfis de 1 m de profundidade em áreas de sistema de cultivo orgânico e convencional, e área de referência (mata), sendo coletadas amostras de solo nas camadas de 0-10, 10-20, 20-30, 30-40, 40-60, 60-80 e 80-100 cm. Foram realizadas análises físicas, químicas, mineralógicas, microbiológicas e micromorfológicas. As interações agricultor-meio ambiente, no sistema de cultivo orgânico, acarretou a melhoria da qualidade de vida das famílias. No sistema de cultivo convencional, caracterizado pelo uso intensivo de agrotóxicos e grande dependência de adubos químicos, constata-se que prevalece o interesse em obter a máxima produção sem preocupação com o ambiente. Esta condição se reflete no contato continuo com agrotóxicos, além das margens de lucros restritivas, o que pode comprometer o uso do solo pelas futuras gerações, pois há uma inerente redução da fertilidade natural dos solos cultivados sob este sistema. A adoção dos sistemas de cultivo orgânicos têm resultado em melhorias na qualidade física e química do solo, principalmente em curto espaço de tempo (4 e 6 anos). As principais modificações ocorridas nas características de fertilidade referem-se a elevação dos teores de matéria orgânica, dos valores de pH, dos valores de CTC e dos teores de P, K, Ca e Mg. O aumento nos teores dos micronutrientes têm sido discretos e ainda pouco consistentes. Foram observadas, porém, elevações nos teores de nitrato nas áreas sob sistema de cultivo orgânico há mais tempo, porém sem indicativos de sua movimentação no perfil. Fisicamente foram observadas alterações relacionadas com a redução da densidade do solo, aumento da porosidade e da condutividade hidráulica em solos de cultivos orgânicos. Os estoques elevados de matéria orgânica leve nas áreas de sistemas de cultivo orgânicos acarretaram maiores teores de carbono orgânico total (>200%) e elevação da atividade microbiana do solo (>20%) e carbono da biomassa microbiana (>10%), principalmente na camada de 0-10 cm de profundidade, em relação ao cultivo convencional. As substâncias húmicas, principalmente a humina, apresentaram elevação em seus valores nos sistemas de cultivo orgânicos em relação aos convencionais, o que caracteriza um fator de estabilidade do sistema solo. Na avaliação do índice de manejo do carbono as áreas de sistemas de cultivo orgânicos superaram os cultivos convencionais, caracterizando maior estabilidade e sustentabilidade dos sistemas agrícolas manejados organicamente. Na análise micromorfológica, constatou-se que o sistema de cultivo convencional modificou a estabilidade do solo, promovendo de forma negativa a perda de sua qualidade física. Diferentemente, o sistema de cultivo orgânico promoveu a recuperação do solo e a melhoria de suas caracteríscas físicas, semelhantes ao ambiente de mata, principalmente pela formação de colóides orgânicos promotores da agregação e do seqüestro de carbono. Com isso, o sistema de cultivo orgânico promove o seqüestro de carbono, contribuindo na redução do efeito estufa. |