Estudo do processo espermatogênico em saguis-da-cara-branca (Callithrix geoffroyi) (Humboldt, 1812) adultos

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Silva, Fernanda de Fátima Rodrigues da
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
• Palavras-chave em Português: Callithrix geoffroyi; Primatas; Espermatogênese em animais; Reprodução animal; Histologia
• Link de acesso: http://locus.ufv.br//handle/123456789/26056

Estudos sobre a espermatogênese e as funções testiculares de diferentes espécies têm um importante papel em trabalhos de reprodução com foco conservacionista, além disso algumas espécies podem ser usadas em pesquisas relacionados à saúde humana. O processo espermatogênico dos saguis do gênero Callithrix, por exemplo, tem sido descrito por alguns autores como sendo semelhante àquele observado no homem, e devido a isso esses animais podem ser usados como modelo experimental em pesquisas biomédicas envolvendo funções testiculares. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi descrever e caracterizar diversos parâmetros relacionados ao processo de espermatogênese para o C. geoffroyi. Para tal, utilizou-se fragmentos testiculares de cinco animais adultos para confecção e análise de lâminas histológicas. Os animais desse estudo apresentaram peso corporal médio de 396 g, peso testicular de 603 mg, índices gonadossomático de 0,15%, tubulossomático de 0,14% e intertubulossomático de 0,016%. Em comparação a outros primatas, apresentaram baixo investimento corporal em massa testicular, e mais especificamente em túbulos seminíferos. Do mesmo modo, observou-se baixo rendimento geral do processo espermatogênico (4,7%), que indicou que ao longo do processo 95,3% do seu potencial produtivo foi eliminado ou deixou de ser produzido. Esse reduzido investimento produtivo está de acordo com o sistema de acasalamento do tipo single-male (monogamia e poliginia), visto que nesta estratégia reprodutiva a competição pela prole ocorre no acesso à fêmea e não através de competição espermática no interior dos órgãos reprodutivos femininos. O intertúbulo testicular dos saguis estudados apresentaram organização tipo II de Fawcett et al. (1973), similar ao descrito para humanos e macacos rhesus. E de modo geral, os valores apresentados para os parâmetros morfométricos quantitativos de células de Leydig são próximos aos descritos para o C. penicillata, porém o índice leydigossomático encontrado para os saguis-da-cara-branca estudados neste trabalho (0,0017%) é mais baixo. Com relação ao arranjo topográfico dos estádios do ciclo do epitélio seminífero, em torno de 60% das secções transversais de túbulo seminífero analisadas apresentaram apenas um único estádio, e as demais secções tubulares (40%) apresentaram dois ou três estádios. Estes, entretanto, eram sempre estádios sequenciais de desenvolvimento. Sendo assim, a espermatogênese dos animais de estudo parece se aproximar mais da espermatogênese tipo segmentar do que da espermatogênese helicoidal, desse modo os múltiplos estádios encontrados podem ser consequência de um atraso da comunicação entre as células de Sertoli em segmentos adjacentes, ou mesmo da presença de segmentos menores ao longo do túbulo seminífero.