Efeitos de custos de transação sobre a integração espacial de mercados regionais de carne de frango no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Mattos, Leonardo Bornacki de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Economia e Gerenciamento do Agronegócio; Economia das Relações Internacionais; Economia dos Recursos
Doutorado em Economia Aplicada
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/105
Resumo: Custos de transação não-desprezíveis restringem a transmissão de choques de preços entre mercados espacialmente separados, o que reduz a possibilidade de os mercados se tornarem economicamente integrados. O objetivo deste trabalho foi analisar os efeitos de custos de transação sobre a integração espacial do mercado interno de carne de frango inteiro resfriado no período de janeiro de 1998 a junho de 2007. Pretendeu-se verificar se os mercados regionais são espacialmente integrados, estudar a dinâmica espacial e temporal de transmissão de preços entre os mercados e investigar a presença de assimetrias e descontinuidades no processo de transmissão de preços, bem como as diferenças entre os custos de transação existentes nos mercados analisados. A metodologia utilizada baseou-se em modelos econométricos formulados a partir da técnica Threshold Cointegration, como os modelos auto-regressivos univariados com threshold (modelos TAR) e modelos vetoriais de correção de erro com threshold (TVEC), bivariados, com dois (TVEC2) e três (TVEC3) regimes. Foram utilizadas séries diárias de preços nas praças que apresentam maior potencial de comercialização e para as quais existem dados disponíveis, em nível atacadista, da carne de frango inteiro resfriado, a saber: São Paulo (SP), Descalvado (SP), Porto Alegre (RS), Litoral Catarinense (SC), Oeste Paranaense (PR), Ponta Grossa (PR), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Belém (PA). As estimativas para os custos que devem ser incorridos para transmitir choques de preços entre os mercados indicam a presença de significativas barreiras à transmissão de preços entre os mercados, que provavelmente surgem em função dos custos de transação. Aparentemente, esses custos decorrem, sobretudo, dos custos relativos ao frete, uma vez que, quase sempre, estiveram associados à distância entre o mercado central e cada uma das demais praças. As exceções ocorreram com as praças do Litoral Catarinense, Porto Alegre e, principalmente, do Oeste Paranaense e Ponta Grossa. Quanto à dinâmica de curto prazo, os resultados obtidos mostraram que, de maneira geral, as observações estiveram concentradas nos regimes para os quais não se espera co-integração entre o preço do mercado central e o preço de cada uma das demais praças. Os coeficientes de ajustamento estimados, na maior parte dos casos, ratificaram a posição de São Paulo como mercado formador de preços. Constatou-se, também, que os preços são pouco sensíveis a eventuais desvios da relação de equilíbrio de longo prazo. As estimativas das meias-vidas mostraram ser necessário período relativamente longo de tempo para que os choques de preços sejam eliminados. Os parâmetros de threshold estimados e as meias-vidas calculadas indicaram que o processo de transmissão de preços é assimétrico. Constatou-se ser mais fácil transmitir aumentos de preços ocorridos em São Paulo aos demais mercados do que transmitir as reduções de preços. Elevados custos de transação, provavelmente decorrentes dos custos associados ao frete, e a alta perecibilidade da carne de frango podem explicar, pelo menos em parte, esse resultado.