Análise técnica e econômica de sistemas agroflorestais em Machadinho d’Oeste, Rondônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Gama, Michelliny de Matos Bentes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9221
Resumo: Os objetivos deste estudo foram avaliar a produção, a eficiência do uso da terra, o retorno financeiro e o risco de investimento em sistemas agroflorestais (SAFs) tradicionalmente utilizados no Estado de Rondônia. Os dados dos sistemas agroflo- restais foram originários de um experimento de 15 anos, pertencente à Embrapa, instalado no Campo Experimental de Machadinho d’Oeste, no nordeste do Estado de Rondônia. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com quatro repetições e a análise seguiu o esquema de parcelas subdivididas, estudando-se nas parcelas oito sistemas de produção e, nas subparcelas, o tempo de produção. As espécies utilizadas foram: banana (Musa sp.) - Ba, pimenta-do-reino (Piper nigrum L.) - Pm, cupuaçu (Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K. Schum.) - Cp, castanha-do- brasil (Bertholletia excelsa H.B.K.) - Ca, freijó (Cordia alliodora ((Ruiz & Pav.) Oken) - Fr e pupunha (Bactris gasipaes Kunth) - Pu. Os tratamentos consistiram em sistemas agroflorestais: T1 T6 Pu, T7 Ba e T8 Ca-Ba-Pm-Cp, Pm. T2 Fr-Ba-Pm-Cp, T3 Pu-Ba-Pm-Cp; e monocultivos: T4 Ca, T5 Fr, Os dados dos sistemas agroflorestais (SAFs) foram analisados de forma comparativa com os dos monocultivos; a situação observada nos SAFs foi considerada a desejável. A eficiência do uso da terra com sistemas agroflorestais em relação aos monocultivos foi avaliada por meio da Produtividade Relativa (PR) e do Índice de Equivalência da Terra (IET). A análise financeira dos sistemas agroflorestais foi apoiada nos critérios econômicos de avaliação de projetos florestais. Os dados foram analisados a partir da formação do fluxo de caixa, incluindo os custos e as receitas ao longo do horizonte de planejamento de cada sistema de produção; a situação de maior retorno econômico foi considerada a desejável. O risco de investimento foi realizado mediante simulações feitas no software @RISK para o sistema agroflorestal com os melhores resultados financeiros. As principais conclusões foram que as espécies testadas são apropriadas para o plantio em sistemas agroflorestais multiestratos; a densidade populacional apresentou-se como fator de grande influência sobre o desempenho produtivo das espécies agrícolas; a associação de espécies não afetou o crescimento das espécies arbóreas castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) e freijó (Cordia aliodora), sendo necessário um monitoramento a longo prazo da produção de frutos de castanha-do-brasil para melhores conclusões sobre seu comportamento produtivo; os resultados da PR e do IET mostraram que o SAF T1 Ca-Ba-Pm-Cp é a melhor alternativa de produção em relação aos SAFs T2 Fr-Ba-Pm-Cp e T3 Pu-Ba-Pm-Cp; os SAFs foram, por um período contínuo de 10 anos, a forma de uso da terra mais eficiente que os monocultivos; os custos com tratos culturais e colheita representaram mais de 70% da composição dos custos totais; a participação da mão-de-obra foi superior a 50% nas fases de preparo da área e de manutenção dos sistemas agroflorestais; todos os sistemas de produção foram economicamente viáveis, sendo T1 Ca-Ba-Pm-Cp o sistema agroflorestal com melhor desempenho financeiro; e, apesar do alto custo de implantação e manutenção, o risco de investimento neste sistema agroflorestal foi comprovadamente menor, com resultados favoráveis ao investimento, de acordo com as simulações de risco e os resultados dos indicadores financeiros aplicados.