Isotiocianato de alilo como fumigante para controle do caruncho de feijão-caupi

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Vilela, Ailyn de Oliveira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
• Palavras-chave em Português: Feijão - Doenças e pragas - Controle; Callosobruchus maculatus; Vigna unguiculata; Armazenamento de Produtos Agrícolas
• Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28354

O feijão-caupi está sujeito a perdas quantitativas e qualitativas durante o armazenamento devido ao ataque do inseto-praga Callosobruchus maculatus. Para seu controle, os óleos essenciais têm sido reconhecidos como uma alternativa eficiente e segura. Além de apresentar toxicidade, o óleo essencial para ser introduzido comercialmente deve apresentar efeitos subletais que impeça o desenvolvimento da população de insetos, preservar a qualidade do produto e apresentar baixa persistência, garantindo a segurança alimentar. Desta forma, o presente estudo objetivou introduzir um método ecologicamente seguro e que apresenta segurança alimentar para o manejo do caruncho do feijão-caupi. O isotiocianato de alilo (AITC) foi testado quanto à sua toxicidade, efeitos sobre a oviposição, desenvolvimento populacional e taxa respiratória de C. maculatus e seus efeitos sobre as propriedades físicas do feijão-caupi. Além disso, foi desenvolvido e validado um método simples e eficaz para extração e quantificação dos resíduos de AITC em feijão-caupi. A toxicidade do AITC foi determinada por meio de bioensaios de concentrações letais (CLs), aplicando-se concentrações de AITC entre 5 a 13 mL m -3 de feijão- caupi. O desenvolvimento populacional foi avaliado por meio da oviposição, progênie e emergência diária e acumulada da população exposta às concentrações subletais (CL 1 , CL 10 , CL 30 e CL 50 ). Também em função das concentrações subletais, avaliou-se a taxa respiratória dos insetos, a taxa instantânea de crescimento populacional e seu efeito na qualidade do feijão- caupi após 40 dias de infestação. O método de microextração em fase sólida em headspace (HS-SPME) e análise por cromatografia gasosa com detector de ionização em chama (GC/FID) para avaliar o resíduo de AITC em feijão-caupi foi otimizado para avaliar a influência dos fatores temperatura e tempo de extração, e foi validado conforme parâmetros de seletividade, linearidade, limites de detecção (LOD) e quantificação (LOQ), exatidão e precisão. As CL 50 e CL 95 para os adultos de C. maculatus foram de 9,41 e 17,85 mL m -3 , respectivamente. O emprego das concentrações subletais do AITC ocasionou redução da taxa respiratória de C. maculatus, e das taxas de oviposição e emergência de adultos, e preveniu a perda de massa dos grãos de feijão-caupi. O tratamento com a CL 10 (5,71 mL m -3 ) diminuiu a reprodução de C. maculatus e o grau de infestação dos grãos de feijão-caupi depois de 40 dias de armazenamento, e consequentemente, foi eficaz para a preservação das propriedades físicas dos grãos neste período. O LOD e LOQ do método validado para quantificação de AITC foi de 0,01 e 0,03 µg kg -1 , respectivamente. O método alcançou um alto nível de seletividade, onde o coeficiente de determinação (r 2 ) encontrado para o AITC foi superior a 0,99, na faixa de concentração utilizada. A taxa de recuperação relativa variou de 108,2 a 114,8%, com coeficiente de variação inter-dias inferior a 9%. A avaliação da persistência do AITC em feijão-caupi por meio do método validado mostrou que em 36 h após o início da fumigação, não foi detectado a presença de resíduos de AITC nos grãos. Os resultados mostraram que o composto é potencialmente adequado para o controle de C. maculatus, evitando o seu desenvolvimento em ambiente de armazenagem e contribuindo para a manutenção da qualidade dos grãos de feijão-caupi. Comprovou-se, também, que, depois de 36 h, os grãos fumigados com AITC não apresentavam resíduos, demonstrando segurança do composto como fumigante. Palavras-chave: Callosobruchus maculatus. Vigna unguiculata. AITC. HS-SPME.