Avaliação do óleo de orégano em dietas para lambaris-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae) em diferentes densidades de estocagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Kanashiro, Márcio Yoshiyuki
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6733
Resumo: A densidade de estocagem pode influenciar o crescimento dos peixes, podendo levar a diminuição do bem-estar e comprometer a saúde dos animais. Para minimizar os efeitos adversos de densidades de estocagem inadequadas, tem-se utilizado promotores de crescimento em suas dietas. Dentre os produtos utilizados na produção animal com esse propósito destacam-se as plantas aromáticas, seus extratos e óleos essenciais. Um dos óleos essenciais com potencial para ser usado como aditivo em rações animais é o óleo de orégano, extraído da planta Origanum vulgare, em função de suas propriedades antibacteriana, antifúngica, antioxidante, anti-inflamatória, anti- helmíntica e digestiva. Assim, com o presente estudo objetivou-se avaliar o efeito da densidade de estocagem sobre o desempenho produtivo e o bem estar de lambari-do- rabo-amarelo (Astyanax altiparanae), bem como avaliar o potencial do óleo de orégano como modulador das respostas de estresse. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial com quatro densidades de estocagem e duas dietas, com quatro repetições. Foram avaliadas quatro densidades de estocagem (0,17; 0,42; 0,58 e 0,75 peixes L-1) e duas dietas práticas, sendo uma controle, sem óleo de orégano, e uma contendo 0,5 g kg-1 de óleo de orégano. Os peixes (3,44 ± 0,06 g) foram mantidos em aquários contendo 60L de água, dotados de aeração, filtro biológico e temperatura controlada por aquecedores e termostatos (27 ± 1°C). Os peixes foram alimentados até a saciedade aparente quatro vezes ao dia, durante 120 dias. Ao final do período experimental foram avaliados o desempenho produtivo, a qualidade da água, as respostas de estresse, estresse oxidativo e patologias nas brânquias. A avaliação dos efeitos da densidade de estocagem e suplementação com óleo de orégano na dieta sobre as variáveis estudadas foi realizada por meio de análise de variância e de regressão polinomial ao nível de 5% de probabilidade. Não houve interação significativa entre as densidades de estocagem e a suplementação de óleo de orégano na dieta para as variáveis estudas, exceto para amônia tóxica. Houve efeito da densidade sobre o oxigênio dissolvido, pH e nitrito na água. Para o oxigênio dissolvido observou-se efeito linear decrescente, para nitrito, efeito linear crescente e para o pH, efeito quadrático da densidade de estocagem, com valor estimado que minimiza essa variável igual a 0,62 peixes L-1. Para amônia tóxica, observou-se efeito quadrático da densidade para os peixes alimentados com a dieta controle, com valor estimado que minimiza essa variável igual a 0,31 peixes L-1, enquanto que para os peixes alimentados com a dieta suplementada com óleo de orégano observou-se efeito linear crescente da densidade. A concentração de amônia tóxica na água dos peixes alimentados com a dieta controle foi maior que a dos peixes alimentados com a dieta suplementada com óleo de orégano, na densidade de 0,75 peixes L-1. Para a glicose houve efeito quadrático da densidade de estocagem, sendo estimado o valor que minimiza essa variável igual a 0,31 peixes L-1. Para o cortisol plasmático houve efeito quadrático da densidade de estocagem, sendo estimado o valor que maximiza essa variável igual a 0,53 peixes L-1. Para a concentração de malondialdeído houve efeito linear crescente da densidade de estocagem e para a enzima superóxido dismutase houve efeito quadrático da densidade, com valor estimado que minimiza essa variável igual a 0,57 peixes L-1. Para a enzima catalase houve efeito significativo da dieta, com menor valor para os peixes alimentados com a dieta suplementada com óleo de orégano. Para o índice de histopatologia branquial houve efeito linear crescente da densidade de estocagem. Os resultados de qualidade de água (amônia tóxica) e da concentração de glicose sanguíneo indicam que a melhor densidade de estocagem para essa espécie é de 0,31 peixes L-1. Dessa forma, pode-se concluir as mais altas densidades de estocagem utilizadas comprometem o desempenho produtivo, o bem estar e a integridade branquial de Astyanax altiparanae. O óleo de orégano não atua como modulador das respostas de estresse, porém, atua no metabolismo do nitrogênio, com menor excreção de amônia em Astyanax altiparanae.