Análise da integração lavoura-pecuária-floresta como medida adaptativa às mudanças climáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Schembergue, Altamir
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6330
Resumo: A agropecuária é um dos setores mais importantes da economia brasileira, sendo altamente dependente do clima. Os impactos das mudanças climáticas sobre o setor agrícola e sua habilidade em adaptar-se e mitigá-los são questões críticas para os produtores rurais e formuladores de políticas públicas. A relevância do setor agrícola para a mudança do clima está no fato de uma inquestionável necessidade de expansão da produção para atender às demandas atuais e futuras de alimentos para a população crescente. Considerando ainda que o setor agropecuário é um dos setores mais importantes da economia brasileira, o tema se torna relevante para o desenvolvimento sustentável do país. Neste sentido, o presente trabalho objetivou analisar os impactos econômicos das mudanças climáticas sobre o setor agrícola brasileiro, considerando a adoção de estratégias adaptativas. Partiu-se da hipótese de que a adoção de um sistema agrícola integrado, que compreende agricultura, pecuária e floresta (agrossilvipastoril), seria mais resiliente às mudanças climáticas do que a produção especializada. Buscou-se fazer uma análise alternativa dos efeitos das mudanças climáticas sobre o setor agrícola do Brasil, considerando a decisão de implementar um sistema integrado de lavoura-pecuária-floresta (iLPF) como estratégia de adaptação. Investigou-se como a variabilidade climática influencia a decisão dos agricultores e se o sistema, de fato, tornará menor a vulnerabilidade dos produtores brasileiros às alterações climáticas. Para tanto, utilizou-se o método de Efeito de Tratamento, cujas estimativas foram obtidas pela técnica conhecida como Pareamento por Escore de Propensão - PSM (Propensity Score Matching). Primeiramente, estimou-se um modelo Probit da adoção do sistema iLPF. Os coeficientes estimados foram usados para calcular o escore de propensão, que é a probabilidade de se adotar o sistema integrado para cada observação. Por meio dos valores dos escores de propensão, os dados foram organizados em seus respectivos grupos, ou seja, os municípios que apresentam a adoção do sistema de iLPF (tratados) e aqueles que não utilizam o sistema. As viiprobabilidades estimadas foram usadas para obter os contrafactuais desejados, isto é, a partir delas obtêm-se pares de observação, em que um dos elementos do par pertence ao grupo de produtores integrados e o outro, ao grupo de agricultores especializados (controle). A análise considerou as previsões climáticas em um período de 33 (trinta e três) anos (1979-2012), considerando 5.464 municípios brasileiros. Os resultados obtidos confirmaram a expectativa de que a adoção do sistema integrado de iLPF é influenciado pelas alterações climáticas, podendo, assim, ser considerada como medida adaptativa às mudanças climáticas. A análise dos fatores associados à adoção do sistema integrado indicou que o produtor com maior nível de experiência, informação e maior nível de instrução apresenta maior probabilidade de adoção do sistema integrado, sendo que a falta de conhecimento técnico e de fontes de financiamento impactam de maneira negativa na probabilidade de adoção do sistema. No que se refere ao efeito da adoção da iLPF sobre o desempenho do produtor, o resultado revelou que nos municípios que adotaram o sistema houve ganho aproximadamente 13,5% superior, em termos de valor da terra, em relação aos municípios que não fizeram esta adoção. Os resultados evidenciados corroboram os pressupostos da adoção do sistema de iLPF, possibilitando a expansão produtiva de forma sustentável, auferindo ganhos maiores para os produtores rurais.