Dispersão de sementes por Atta robusta Borgmeier, 1939 (Hymenoptera: Formicidae) na restinga da Ilha de Guriri- ES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Teixeira, Marcos da Cunha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Doutorado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/949
Resumo: Este estudo caracterizou o uso de frutos e sementes por Atta robusta Borgmaier, 1939 e os efeitos dessa atividade sobre a germinação, predação de sementes e sobrevivência de plântulas. Os estudos foram conduzidos no período de abril de 2005 a março de 2006 na restinga da Ilha de Guriri, no Norte do Espírito Santo. Verificou-se que A. robusta utiliza frutos e sementes de pelo menos 35 espécies durante todo o ano, e tais sementes são levadas para os ninhos no interior do solo. Essa atividade promove a dispersão secundária das sementes de diversas espécies de plantas. Além disso, as formigas promovem a retirada da estrutura que recobre as sementes (polpa ou arilo) para, em seguida, devolvê-las para a superfície do solo onde são descartadas em pilhas nas proximidades dos ninhos. As operárias de A. robusta apresentam um limite de capacidade de carga e transportam sementes menores por maiores distâncias. Esse padrão repetiu-se mesmo entre sementes de uma mesma planta, apesar da pequena variação no tamanho das sementes. Esses resultados indicam que o tamanho das sementes é um fator importante na sua dispersão secundária por A. robusta. Sementes manipuladas por A. robusta germinaram mais eficientemente que sementes não manipuladas ou cuja polpa foi retirada manualmente. Sobre os ninhos de A. robusta, a predação de sementes foi menor e a densidade de plântulas foi significativamente maior que sob as plantas adultas para todas as espécies estudadas. Para Protium heptaphylum, esse padrão se manteve mesmo após 12 meses de observação. O maior sucesso de germinação das sementes manipuladas por A. robusta pode ser conseqüência da redução do ataque por fungos patogênicos devido à limpeza promovida pelas formigas. É possível, ainda, que as formigas promovam a escarificação das sementes, facilitando a entrada de água. A menor predação de sementes sobre os ninhos foi atribuída à menor atividade dos predadores nesses locais, onde a densidade de sementes é menor. As diferenças na sobrevivência das plântulas sobre os ninhos e sob as plantas adultas foram atribuídas aos efeitos da densidade que agiram diferentemente em cada local. Sobre os ninhos, é possível que as plântulas que sobrevivem aos efeitos da densidade sejam beneficiadas pela maior concentração de nutrientes, conforme já registrado para outras saúvas. Os resultados obtidos neste estudo evidenciam que A. robusta representa um importante dispersor secundário de sementes e pode desempenhar importantes papéis na dinâmica das populações de plantas nos ecossistemas de restingas.