Caracterização de subamostras de tomateiro do BGH-UFV, quanto a resistência a begomovírus e análise da população viral em condições de campo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: González Aguilera, Jorge
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Genética animal; Genética molecular e de microrganismos; Genética quantitativa; Genética vegetal; Me
Doutorado em Genética e Melhoramento
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1337
Resumo: As begomoviroses transmitidas pela mosca-branca (Bemisia tabaci) estão entre as principais causas de perdas na cultura do tomateiro no Brasil. Para evitar os danos e perdas na cultura do tomateiro, tem sido empregados cultivares e híbridos resistentes, em sua maioria, portadoras apenas do gene Ty-1 que oferece tolerância aos begomovirus presentes no país. No mundo os genes Ty-1, Ty-2 e Ty-3, e recentemente o alelo Ty3a, e os genes Ty4 e Ty5 são os que estão sendo empregados nos programas de melhoramento da cultura. Noventa e quatro subamostras de tomateiro pertencentes ao Banco de Germoplasma de Hortaliças da Universidade Federal de Viçosa (BGH-UFV) foram avaliados em ambiente protegido e no campo quanto à resistência a begomovirus bissegmentados presentes no Brasil, inoculados via bombardeamento e infecção natural, respectivamente. Avaliações visuais dos sintomas (AVS) e confirmação da infecão viral (CIV) por meio de hibridização não radioativa foram realizadas aos 15, 30 e 45 dias após inoculação (DAI) em condições de ambiente protegido e aos 60 dias após transplante (DAT) em condições de campo empregando uma escalas de notas para quantificar a característica AVS. Baseando-se na porcentagem de plantas infectadas aos 45 DAI em ambiente protegido e aos 60 DAT em campo foi avaliada a incidência da doença (ID). A partir de primers específicos para os genes Ty-2 e Ty-3, foram amplificados fragmentos por PCR para confirmar a presença ou ausência dos alelos dos genes nas subamostras avaliadas. A análise de sequência completa de nucleotídeos do DNA-A do vírus detectado em campo indicou ser o Tomato severe rugose virus (uma das espécies do complexo de begomovirus que infecta o tomateiro no Brasil). As sequências obtidas foram usadas para comparações com begomovírus previamente descritos em análise filogenética e análise de recombinação. A estrutura genética e os testes de neutralidade da população de ToSRV evidenciou variabilidade genética se comparada com outras populações já descritas no Brasil, mostrando valores negativos de neutralidade o que sugere a ocorrência de seleção negativa (purificadora) ou uma recente expansão da população. Como resultado das amplificações identificou-se a presença de marcadores relacionados ao alelo do gene Ty-2 em heterozigose na subamostra BGH-6881 e ao alelo do gene Ty-3 em três subamostras (BGH-6878, BGH-6881 e BGH-6897). Com base nos resultados da ANOVA nas avaliações em ambiente protegido e no campo observou-se que a variáveis notas de sintomas visuais foi altamente significativa (P < 0.01) ao diferenciar todos os genótipos avaliados em ambas as condições experimentais e em diferentes intervalos de avaliação. As subamostras foram divididas em dois grandes grupos mediante o teste de Skott & Knot. Correlações de Pearson (&#961;) altas foram encontradas entre os dados visuais e infecção viral (0,67 em ambiente protegido e 0,60 em campo). Pelo comportamento diferenciado das subamostras em ambas as condições experimentais, concluiu-se que em condições de ambiente protegido destacaram-se as subamostras BGH-2144, BGH-2150, BGH-6878 e BGH-6881 e em condições de campo as subamostras BGH-2080 e BGH-6881, todas elas ao considerar baixa incidência de geminivírus e poucos níveis de replicação. O bom comportamento da subamostra BGH-6881 pode ser atribuído a presença dos genes Ty-2 e Ty-3 presentes nela, porém, se comparado com as outras subamostras portadoras do gene Ty-3, pode-se afirmar que o gene Ty-2 foi o responsável pela resistência obtida ao ToYSV em ambiente protegido e ao ToSRV em campo, ou a combinação dos dois genes esta favorecendo a resposta da subamostra a begomovírus. Ao considerar as respostas em ambas as condições experimentais, as variáveis avaliadas, a incidência da doença e a presença dos genes Ty-2 e Ty-3, pode-se concluir que as subamostras BGH-2080 e BGH-6881 são recomendadas como germoplasma promissores a serem empregados nos programas de melhoramento pelo seu desempenho em ambiente protegido e no campo, e podem servir de base para a produção de cultivares mais resistentes a geminivírus no Brasil. A presença do ToSRV no campo e a confirmação de eventos de recombinação permitem afirmar que o contínuo monitoramento da evolução das populações de vírus no campo vai permitir traçar estratégias futuras de controle e de epidemiologia dos begomovírus em nas principais regiões produtoras de tomate no Brasil.