Estudo dos mecanismos envolvidos na adaptabilidade diferencial de dois begomovírus em tomateiro e Nicotiana benthamiana
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Etiologia; Epidemiologia; Controle Doutorado em Fitopatologia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/1015 |
Resumo: | Os begomovírus pertencem à família Geminiviridae, que inclui vírus com genoma de DNA circular de fita simples, encapsidado em partículas icosaédricas geminadas. Os begomovírus são transmitidos pela mosca-branca Bemisia tabaci, e causam doenças de grande importância econômica em diversas culturas, principalmente em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, um complexo viral composto por pelo menos oito espécies, incluindo o Tomato rugose mosaic virus (ToRMV) e o Tomato yellow spot virus (ToYSV), é responsável por grandes perdas na cultura do tomateiro. Os sintomas induzidos pelo ToYSV em tomateiro e Nicotiana benthamiana são mais severos e surgem mais cedo em comparação aos induzidos pelo ToRMV, o que sugere uma adaptação diferencial de cada vírus aos seus hospedeiros. Neste trabalho, foram conduzidos experimentos com o objetivo de analisar o papel de diversos fatores nessa adaptação diferencial. A cinética da infecção viral foi analisada em plantas nas quais a folha inoculada foi removida após diversos períodos de tempo. O acúmulo de DNA viral foi estimado em plantas infectadas, aos 14 e 28 dias pósinoculação (dpi). A replicação viral foi analisada em protoplastos, a 48 e 96 horas póseletroporação (hpe). O tropismo de tecido viral foi analisado por meio de hibridização in situ aos 14 dpi. Os resultados indicam que o ToYSV é mais eficiente durante os eventos iniciais (pré-infecção sistêmica) do ciclo de infecção, atingindo uma concentração maior e estabelecendo a infecção sistêmica mais rapidamente em relação ao ToRMV, tanto em tomateiro quanto em N. benthamiana. Em infecções mistas, o ToRMV interfere negativamente com o ToYSV durante os estágios iniciais da infecção, mas essa interferência cessa após o estabelecimento da infecção sistêmica. Ambos os vírus são restritos ao floema em tomateiro. Em N. benthamiana, o ToYSV invade o mesofilo, enquanto o ToRMV é restrito ao floema. Na infecção mista nesse hospedeiro, o ToRMV passa a infectar células do mesofilo. Em conjunto, esses resultados confirmam a hipótese de que o ToYSV é melhor adaptado a ambos os hospedeiros em relação ao ToRMV. Em tomateiro, essa melhor adaptação é expressa na forma de maior eficiência nos processos iniciais de infecção, permitindo que o ToYSV atinja maior concentração em um período de tempo mais curto, o que talvez leve a um maior acúmulo de fatores de virulência virais. Em N. benthamiana, a melhor adaptação é expressa também pela capacidade de invadir os tecidos do mesofilo. |