Desempenho de caprinos alimentados com fontes protéicas não- lácteas substituindo o leite de cabra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Branco, Renata Helena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11035
Resumo: Este trabalho foi realizado para avaliar a viabilidade da substituição do leite de cabra por fontes protéicas não-lácteas. Foram avaliados o desempenho, a biometria dos órgãos, o desenvolvimento das papilas do rúmen dos sacos ventral e dorsal e as alterações histológicas da região distal do duodeno de cabritos na fase de aleitamento e a influência da substituição no período de pós-aleitamento. Dois experimentos foram realizados: no primeiro, 54 cabritos foram distribuídos em delineamento inteiramente ao acaso, em arranjo fatorial 4 x 2 +1, sendo utilizadas quatro fontes de substituição (soja micronizada, farinha de glúten de milho, farinha de vísceras e células vermelhas do sangue animal), dois níveis de substituição da proteína láctea (20 e 40%) e um tratamento controle, onde foi fornecido leite de cabra. Os animais iniciaram o período experimental com 30 dias de idade e peso médio de 7,71 ± 1,12 kg permanecendo no experimento até 60 dias de idade, quando foram abatidos com pesos de 13,16 ± 1,64 kg não diferindo (P>0,05) entre os tratamentos. A alimentação foi constituída de feno de capim "tifton" (Cynodum spp.) e concentrado comercial, fornecidos à vontade, uma vez ao dia. Os animais submetidos ao tratamento controle (leite de cabra) apresentaram menor consumo de matéria seca (CMS) proveniente do feno e do concentrado e menor consumo de proteína bruta (CPB), apresentaram (P<0,01) menores pesos de rúmen- retículo (RR) e maiores pesos de abomaso (AB). Foram encontrados diferenças (P<0,05) para peso do intestino grosso, peso do omaso, e peso total das vísceras, quando comparados os animais do tratamento controle com àqueles dos demais tratamentos. Os valores médios dos pesos de rúmen-retículo e abomaso, quando expressos em função do peso total do estômago, diferiram (P<0,01) quando foram comparados os animais submetidos ao tratamento controle com àqueles dos demais tratamentos. Os cabritos submetidos aos tratamentos com soja micronizada apresentaram valores médios superiores (P<0,05) da espessura da lâmina própria da camada glandular, quando comparados aos submetidos aos demais tratamentos. No segundo experimento 54 animais com 15 dias de idade, foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial com os mesmos tratamentos do Experimento 1. Neste experimento 27 animais foram abatidos aos 60 dias, permanecendo o restante até 120 dias de idade. O CMS total e o CPB diferiram (P<0,01) no período de aleitamento, quando foram comparados as fontes de substituição, sendo que os animais dos tratamentos com células vermelhas apresentaram maiores consumos diferindo apenas daqueles submetidos aos tratamentos com farinha de vísceras. Os pesos iniciais e finais foram de 4,93 ± 0,88 kg e 11,84 ± 1,75 kg respectivamente, apresentando diferença (P<0,05) para peso médio final. O GMD foi influenciado (P<0,05) pelas fontes de substituição, os animais submetidos ao tratamento controle apresentaram melhores ganhos. No período de pós-aleitamento não foram observados diferenças (P>0,05) entre peso inicial e peso final, 12,26 kg (± 1,42) e 20,07 kg ( ± 1,68), respectivamente, CMS e GMD. O peso vivo ao abate, o peso de corpo vazio, o peso e o rendimento da carcaça foram influenciados (P<0,05) pelas fontes de substituição. Os valores de Rúmen- retículo quando expressos em função do peso total do estômago foram diferentes (P<0,05) quando comparados os tratamentos. Quando comparados as fontes de substituição, os valores médios de altura das papilas do saco ventral, altura de vilosidade e de profundidade das glândulas de Lieberkühn diferiram (P<0,01), o que não ocorreu no experimento 1. Conclui-se que a substituição da proteína do leite de cabra pelas fontes protéicas não-lácteas em estudo, pode ser realizada em até 40%.