Resiliência de clones de eucalipto ao défice hídrico e nutricional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Rocha, Julenice Bonifácio de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Fertilidade do solo e nutrição de plantas; Gênese, Morfologia e Classificação, Mineralogia, Química,
Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/1657
Resumo: A expansão de plantios de eucalipto vem ocorrendo principalmente em áreas de cerrado, devido, entre outros fatores, ao custo relativamente baixo dessas terras e às condições físicas do solo favoráveis ao estabelecimento desses plantios. No entanto, as restrições hídricas e nutricionais reduzem a produção florestal nessas áreas. Dessa forma, uma questão crucial é a magnitude da recuperação do crescimento (resiliência) se a limitação hídrica e, ou, nutricional forem sanadas. A limitação hídrica observada, geralmente nos meses de inverno, causa menor crescimento inicial de plantios realizados nesse período. No entanto, adequado status nutricional e hídrico do plantio é necessário para que o potencial produtivo do sítio seja atingido. Por isso, na maioria dos plantios realizados nessas áreas, cujos solos são altamente intemperizados e profundos, e, por consequência, pobres em nutrientes, há necessidade de se fazer a correção da fertilidade, antes e, ou, imediatamente após o plantio. Para plantios feitos em época de seca, nem todos nutrientes são supridos imediatamente, em razão da baixa umidade do solo para dissolução e transporte desses até a superfície das raízes. Assim, há de se indagar se a aplicação tardia da adubação de plantio e de cobertura permitiria a expressão máxima da capacidade produtiva do sítio. Este trabalho visou verificar a resiliência de plantios jovens de clones de eucalipto frente a situações de atraso na adubação e de restrição hídrica e avaliar os possíveis mecanismos envolvidos na recuperação do crescimento e qual é a taxa deles depois de sanadas as condições de restrição. Para isso, foi conduzido um experimento com três clones (GG100, I-144 e 1528) durante 10 meses, no município de Taparuba, MG. As mudas, com cerca de 90 dias de idade, foram transplantadas para tambores de plástico de diâmetro de 60 cm e altura de 90 cm. Foram utilizados como substrato porções de um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, com classificação textural franco-argiloarenosa. A parte superficial dos tambores foi vedada com lona plástica e fita adesiva, a fim de evitar a entrada de água de chuvas e possibilitar a aplicação dos tratamentos. Imediatamente após o plantio, foi adicionada a cada recipiente quantidade de água suficiente para elevar e manter a umidade próxima à capacidade de campo, durante um mês. Após esse período, foi reduzida a aplicação de água nos tratamentos com estresse hídrico, até o solo ficar com a umidade próxima à tensão de 1.500 kPa; e os tratamentos sem estresse hídrico, inicial ou durante todo período do experimento, foram mantidos com umidade próxima à tensão 10 kPa. Os tratamentos constituíram-se: sDH- sem atraso na adubação e sem défice hídrico; DH4- sem atraso na adubação e com défice hídrico até o quarto mês após o plantio; At2 - com atraso na adubação até dois meses e sem défice hídrico; At2DH4- com atraso na adubação até dois meses e com défice hídrico até quatro meses após o plantio; At4 - com atraso na adubação até quatro meses e sem défice hídrico; e At4DH4- com atraso na adubação e com défice hídrico até quatro meses após o plantio. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com os tratamentos em esquema fatorial 3 x 3 x 2 e quatro repetições. Periodicamente, avaliaram-se: sobrevivência, altura das plantas, diâmetro de coleto, teores de nutrientes na folha, fotossíntese líquida (A), condutância estomática (gs), transpiração (E), Ci/Ca, fluorescência da clorofila a, potencial hídrico foliar e concentração de açúcares solúveis. No final do experimento, também foram avaliados o conteúdo de nutrientes e a matéria seca de folhas, caule e raízes. Os défices hídrico e, ou, nutricional reduziram o crescimento das plantas, e o suprimento adequado de água e nutriente promoveu a recuperação do crescimento, em magnitudes variáveis com o clone. A redução da gs que minimiza perda d água; o aumento dos valores de rendimento quântico da dissipação de energia regulada no fotossistema II, para dissipar o excesso de energia luminosa absorvida; e o acúmulo de açúcares, que confere osmoproteção às plantas, foram os mecanismos relacionados à tolerância e resiliência ao estresse hídrico. Após o ressuprimento das condições adequadas de água e nutriente no solo, foi verificada a rápida retomada da taxa de fotossíntese e absorção de nutrientes pelas plantas.