Anatomia, histoquímica e prospecção fitoquímica do caule de Tynanthus fasciculatus Miers (Bignoniaceae)
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2497 |
Resumo: | Tynanthus fasciculatus Miers (Bignoniaceae), popularmente conhecido como cipó-cravo, é uma liana com odor caracterísitico de cravo-da-Índia, utilizada na medicina tradicional e apresentando ação farmacológica comprovada como antimalárico, antiinflamatório e bactericida. O objetivo deste trabalho foi caracterizar anatomicamente o desenvolvimento do caule de T. fasciculatus e associar a estrutura da casca com a presença de grupos químicos de interesse farmacológico. Para a análise estrutural, porções do caule em diferentes estádios de desenvolvimento foram processadas de acordo com as técnicas usuais em microscopia de luz e eletrônica de varredura. Para a análise histoquímica, seções transversais da casca fresca foram submetidas a diversos corantes e reagentes. Para a prospecção fitoquímica, os extratos hexânico e metanólico da casca foram submetidos ao estudo por cromatografia de camada delgada (CCD). A atividade cambial do caule inicia-se precocemente, formando uma massa de xilema secundário usual ao redor da medula. O felogênio se origina de uma camada colenquimática subepidérmica, persistindo durante o desenvolvimento do caule. Até esse estádio, o crescimento secundário pode ser considerado usual. Posteriormente, quatro porções da faixa cambial, opostas entre si, duas a duas, diminuem drasticamente a produção de xilema secundário para o interior e passam a produzir grande quantidade de floema secundário para o exterior. A partir deste estádio o crescimento secundário é considerado não- usual, e tanto o xilema secundário como o floema secundário produzidos apresentam elementos condutores de maior diâmetro. Subseqüentemente, surgem novas porções da faixa cambial com atividade não-usual, adjacentes àquelas já estabelecidas, conferindo aspecto de cruz-de-Malta à massa xilemática. O lenho apresenta vasos dispostos em faixas tangenciais. Predominam elementos de vaso largos e curtos, com pontoações areoladas e placas de perfuração simples, freqüentemente obliterados por tiloses. O parênquima axial é do tipo em faixas, delimitado por fibras. Os raios são homocelulares e multisseriados. O floema secundário inserido a massa xilemática tem predomínio de elementos condutores com placas crivadas compostas, associados à pequena quantidade de parênquima axial, dispostos em faixas alternadas com fibras, e raios unisseriados. Na casca, o floema secundário tem elementos condutores inconspícuos associados a grande quantidade de parênquima axial, formando faixas alternadas com fibroesclereídeos. Os raios também são homocelulares e multisseriados. O córtex é mantido junto à periderme, e a atividade do felogênio é persistente, constituindo periderme com feloderme pluriestratificada, súber e lenticelas. Os principais grupos de compostos identificados por ambas as técnicas são compostos fenólicos, alcalóides e terpenos, todos localizados nas células parenquimatosas da casca e do floema secundário inserido na massa xilemática. Os taninos e saponinas foram identificados apenas por CCD. A caracterização estrutural do caule e a histolocalização e identificação química dos compostos do metabolismo secundário no caule de T. fasciculatus fornecem subsídios para a utilização das cascas como droga vegetal e acrescentam dados à monografia já existente na Farmacopéia Brasileira. |