Dissomia uniparental em híbrido interespecífico de Passiflora edulis x Passiflora mucronata, seu potencial como porta-enxerto e resistência a fusariose

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Oliveira, Sílvia Paula de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
• Palavras-chave em Português: Maracujá - Melhoramento genético; Dissomia uniparental; Hibridação; Fusariose; Melhoramento Vegetal
• Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28701

O Brasil é o maior produtor de maracujá do mundo, sendo seus pomares formados principalmente por sementes, o que propicia grande variabilidade genética e desuniformidade. Visando maior uniformidade, assim como a manutenção do material e uso de espécies silvestres e híbridos como fonte de resistência e/ou rusticidade, o uso de propagação vegetativa como estaquia e enxertia pode ser constantemente visto na literatura em diferentes estudos. As espécies de Passiflora e seus híbridos são atraentes por suas características exóticas, adaptabilidade natural, potencial de resistência de algumas espécies silvestres e variabilidade genética inter e intraespecífica; existindo espécies de Passiflora que se demonstram resistentes a doenças que ocorrem no maracujazeiro tornando-se necessário estudos sobre o uso da enxertia nessas espécies para o uso de tais características. Assim, este trabalho teve como objetivo: realizar a confirmação de híbridos interespecíficos de Passiflora edulis x Passiflora mucronata; selecionar os genótipos de maracujazeiro quanto à resistência a Fusariose; avaliar a influência do número de folhas e da aplicação de AIB (Ácido Indolbutírico) na estaquia caulinar dos híbridos; e analisar o potencial uso do maracujazeiro e do híbrido interespecífico como porta- enxerto. O presente trabalho visou avaliar as progênies oriundas de cruzamentos interespecíficos entre P. edulis x P. mucronata, bem como seu potencial uso como porta- enxerto resistente a Fusariose. O trabalho é constituído de quatro capítulos, com o primeiro abordando a caracterização morfológica, mensuração do conteúdo de DNA nuclear, confirmação da hibridação por meio de marcadores microssatélites (SSR) e confirmação da alopoliploidia por meio da hibridização genômica in situ (GISH). O segundo capítulo abrange a avaliação quanto à resistência a Fusariose. O terceiro capítulo trata dos testes de enraizamento de estacas caulinares dos híbridos com estacas com uma e duas folhas reduzidas à metade, ambas submetidas à aplicação de diferentes concentrações de ácido indolbutírico (0, 500, 1000, 1500 e 2000 mg L -1 AIB). E o quarto capítulo versa sobre a viabilidade da enxertia e o desenvolvimento inicial de maracujazeiro-azedo (P. edulis) enxertado sobre espécie silvestre P. mucronata, híbridos e P. edulis UFV-M7. Os resultados obtidos demonstram que os cromossomos dos possíveis híbridos apresentam apenas material paterno. O que é confirmado por meio dos marcadores SSR. Por meio destes, é possível inferir que não houve duplicação do material genético dos pais, pois em alguns primers os híbridos se apresentam em heterozigose. As plantas avaliadas não sofreram alterações em sua ploidia, segundo a análise do conteúdo de DNA. Por fim, morfologicamente, os híbridos apresentam as mesmas características dos genitores paternos (P. mucronata) e apresentam esterilidade. Apresentando dissomia uniparental com eliminação seletiva dos cromossomos maternos. As plantas inoculadas com F. oxysporum f. sp. passiflorae apresentaram um mecanismo de defesa dos genótipos P. mucronata e M7-UFV, por meio da formação de géis e novas raízes adventícias que podem auxiliar em sua sobrevivência. Além disso, constatou-se que os possíveis híbridos foram suscetíveis, fato esse dado pela baixa produção de raízes das estacas. Os resultados obtidos pelas inoculações de F. solani não permitiram identificar fatores de resistência ou suscetibilidade, pois os tratamentos inoculados não diferiram das testemunhas. O uso de AIB foi significativo apenas nas variáveis número de raízes e percentagem de estacas vivas sem raiz. As estacas com uma folha e com a aplicação de AIB na concentração de 2000 mg L -1 promoveram a maior percentagem de enraizamento. Assim, nas condições estudadas, o uso de AIB foi indispensável para produção de estacas. A percentagem de pegamento da enxertia foi de 100% para as combinações P. edulis/UFV-M7 e P. edulis/BRS Sol do Cerrado, já as combinações P. edulis/P. mucronata e P. edulis/Híbrido apresentaram menor pegamento. O maior diâmetro do enxerto foi apresentado por P. edulis/UFV-M7 e P. edulis/BRS Sol do Cerrado, indicando maior compatibilidade de enxertia dentro da mesma espécie.