Perfil sociodemográfico e epidemiológico de gestantes e recém-nascidos e fatores determinantes do peso ao nascer: um estudo de usuários do SUS em Viçosa-MG
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis Mestrado em Ciência da Nutrição UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2765 |
Resumo: | Este estudo objetivou conhecer o perfil das gestantes e dos recémnascidos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Viçosa-MG e microrregião, bem como avaliar os fatores preditores do peso ao nascer e as características das placentas nesta população. Trata-se de um estudo transversal realizado com 244 puérperas, seus recém-nascidos (RN) e respectivas placentas, durante o período de outubro de 2005 a março de 2006. Foram verificados tipo de parto, sexo dos RN, dados antropométricos da puérpera e do RN e peso das placentas. As puérperas foram classificadas de acordo com o Índice de Massa Corporal pré-gestacional, em gestantes de baixo peso, de peso normal, com sobrepeso e com obesidade, segundo o Institute of Medicine IOM (1990). Os RN foram classificados segundo o peso ao nascer e quanto à idade gestacional, de acordo com a Organização Mundial da Saúde OMS (1995). Utilizou-se o índice ponderal ou de Röhrer para avaliar a relação entre o peso e o comprimento do recém-nascido. A placenta foi pesada com cordão umbilical e membranas, conforme o método descrito por Margotto (1992), e, em seguida, calculou-se o índice placentário (relação peso placentário/peso fetal). Observou-se um índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional médio de 22,05, dentro dos limites da normalidade. Entretanto, constatou-se um contingente expressivo de gestantes com baixo índice de massa corporal pré-gestacional. Quanto ao ganho ponderal durante a gestação, 43,8% ganharam peso abaixo do recomendado, o que foi associado com o baixo peso do recém-nascido. Observou-se que as puérperas provenientes da zona rural tinham 3,73 vezes mais chance de terem recém-natos de baixo peso e aquelas com renda per capita menor que 1/3 do salário-mínimo vigente tiveram 4,35 vezes mais chance de darem à luz a RN de baixo peso. As gestantes que fizeram menos de seis consultas durante o pré-natal tiveram 7,87 vezes mais chance de ocorrência do baixo peso ao nascer e aquelas com história de ocorrência de baixo peso em gestações anteriores tiveram 4,47 vezes mais chance de darem à luz a RN de baixo peso na gestação atual. Constatou-se que 38,37% dos RN possuíam peso abaixo da média adequada. Destes, 8,98% tinham baixo peso, e o restante, peso insuficiente. O percentual encontrado de baixo peso ao nascer, não diferenciou da média nacional. Embora a maioria dos recémnascidos (61,63%) apresentasse peso favorável (acima de 3.000 g), houve grande diferença desse indicador quando comparado com o de países como a Suécia, onde 88,88% dos RN apresentaram peso favorável, segundo Puffer e Serrano (1988). No caso dos outros dados antropométricos dos recém-nascidos, não se constatou nenhuma anormalidade. Em relação ao índice ponderal, 86,5% dos recém-natos se encontravam dentro da faixa de normalidade. Essa normalidade também foi constatada quando foram analisados o peso da placenta e o índice placentário. No caso da idade gestacional, a maioria foi a termo e, no caso dos prematuros, todos apresentaram baixo peso. Observou-se que 14% de RN eram pequenos para a idade gestacional ou PIG (34 RN); 5,4% de RN eram grandes para a idade gestacional ou GIG (13 RN) e 80,6% de RN eram adequados para a idade gestacional ou AIG (195 RN). Dessa forma, constatou-se uma proporção significativa de PIG ou RN que sofreu restrição no seu crescimento intra-uterino, havendo uma leve predominância do grupo de PIG em relação ao grupo de prematuros na categoria de baixo peso ao nascer. Fatores como altura e peso pré-gestacional só tiveram associação com os PIG e não com os prematuros, o que era esperado, uma vez que fatores nutricionais associam-se mais à restrição do crescimento uterino do que à duração da gestação. No grupo dos PIG, observaram-se associações com menor ganho ponderal materno, menor altura materna, menor peso pré-gestacional, menor número de consultas no pré-natal, menores índices ponderais e menores pesos das placentas. Pode-se inferir que a associação entre o menor peso placentário e a ocorrência de PIG é verdadeira, uma vez que não houve menor duração da gestação como fator de confusão, como no caso dos prematuros, o que pode indicar que houve prejuízo da função placentária neste grupo. Conclui-se que os fatores associados ao baixo peso ao nascer em Viçosa-MG foram ganho ponderal abaixo do recomendado durante a gestação, menor número de consultas durante o pré-natal, menor duração da gestação, menor peso da placenta, menor renda per capita, baixa escolaridade e menores índices ponderais e placentários. |