Efeito do consumo de grilo preto em pó associado à farinha de soja na biodisponibilidade de ferro, saúde intestinal e balanço oxidativo de ratos Wistar
Ano de defesa: | 2024 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
Ciência da Nutrição |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://locus.ufv.br/handle/123456789/32797 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.402 |
Resumo: | O ferro é um dos minerais mais abundantes na natureza. Ainda assim, sua deficiência se caracteriza como a carência nutricional mais prevalente no mundo e atinge milhões de pessoas. Neste cenário, o consumo de insetos comestíveis surge como uma alternativa sustentável para lidar com questões relacionadas à melhora do status nutricional de ferro em países em que prevalece sua carência, tendo em vista seu excelente perfil nutricional. Além de macro e micronutrientes, os insetos aptos para o consumo humano são fontes de fibras e compostos bioativos, que podem impactar positivamente na saúde intestinal e no estresse oxidativo, respectivamente. Apesar disso, o consumo de insetos ainda apresenta resistência quanto a sua aceitação em uma sociedade ocidental. Uma alternativa para esse problema é a transformação desse ingrediente alimentar em um pó, bem como sua inserção em outras farinhas consumidas habitualmente. Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo investigar a biodisponibilidade de ferro presente em dietas experimentais contendo grilo preto (Gryllus assimilis) em pó, isolado ou em associação à farinha de soja (UFVTN 105AP), bem como seu efeito na saúde intestinal e balanço oxidativo em ratos Wistar. O conteúdo de ferro da albumina e das dietas foi determinado por espectrometria de absorção atômica. O método utilizado para a avaliação da biodisponibilidade foi o de depleção/repleção de hemoglobina, segundo a técnica da AOAC (1998), com modificações. Para este ensaio biológico, foram utilizados 32 ratos machos jovens (Rattus novergicus, variedade albinus) da linhagem Wistar, distribuídos em quatro grupos (n=8/grupo), a saber: Grupo A: dieta padrão com sulfato ferroso (SF), Grupo B: dieta padrão contendo Gryllus assimilis em pó e farinha de soja (GP + FS) , Grupo C: dieta padrão contendo Gryllus assimilis em pó (GP); D: dieta padrão contendo farinha de soja (FS). Durante o período experimental, foram monitorados o peso corporal e o consumo alimentar para determinação do coeficiente de eficiência alimentar (CEA). Após a eutanásia dos animais, órgãos como fígado e intestino (duodeno ) foram coletados. O conteúdo cecal foi utilizado para a realização de análises de acidos graxos de cadeia curta, umidade fecal, pH fecal, consistência e coloração das fezes. Foram realizadas análises de produtos de peroxidação (malondialdeído, proteína carbonilada e óxido nítrico) e atividade de enzimas antioxidantes (catalase, supeóxido dismutase e glutationa S-transferase) no fígado e realizadas análises histomorfométricas do duodeno (espessuras de mucosa e submucosa e diâmetro de células caliciformes). Durante a eutanásia, o sangue foi coletado por punção cardíaca para análises séricas de ferritina, transferrina e hemoglobina. O teste estatístico ANOVA seguido de post-hoc de Tukey foi realizado por meio do software GraphPad Prism (GraphPad software, San Diego, CA), versão 9.0. Foi estabelecido o nível de significância de 5% para todos os testes. O consumo de grilo em pó, associado à farinha de soja, mostrou-se mais eficaz na biodisponibilidade de ferro (HRE% = 41,13 ± 10,86 e RBV-HRE = 1,15 ± 0,18). Os animais que consumiram GP + FS apresentaram, ainda, maior umidade fecal (21,29 ± 3,80%), maior concentração de ácido acético (10,02 ± 0,76 mmol/L) e maior atividade da superóxido dismutase (1,27 ± 0,27 μmol/min/g) e redução de malondialdeído (1,95 ± 0,37 nmol/mg PTN), e manutenção da espessura de mucosa e submucosa e diâmetro de células caliciformes. Palavras-chaves: Entomofagia; insetos comestíveis; anemia ferropriva; farinha de soja, morfologia intestinal, ácidos graxos de cadeia curta. |