Quais os papéis de aves e formigas na regeneração de uma árvore ornitocórica?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Falcon, José Eduardo Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21345
Resumo: O processo de dispersão de sementes é um importante passo no ciclo reprodutivo das plantas. Geralmente uma semente dispersa por um vetor primário, como uma ave, passa por eventos subsequentes que podem alterar sua probabilidade de estabelecimento, por exemplo a dispersão secundária por formigas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a contribuição relativa de dispersores primários (aves) e secundários (formigas) para a regeneração de Xylopia sericea, uma planta ornitocórica amplamente distribuída pelo Brasil. O estudo foi conduzido em um fragmento de floresta semidecídua de Mata Atlântica em Viçosa (MG) entre fevereiro/2016 e março/2017. Foi estimada a produção de diásporos disponíveis para a dispersão utilizando coletores de diásporos alocados abaixo da copa de sete plantas de X. sericea. Foram realizados levantamentos de dispersores primários e secundários por meio de observações diretas da copa e de estações de amostragens utilizando diásporos como iscas, respectivamente. Por fim, entre julho/2016 e março/2017 foi acompanhada em campo a sobrevivência e distribuição de plântulas de X. sericea produzidas por cada agente dispersor. A produção média de diásporos/árvore foi de 820 e a maioria (67,2%) caiu viável abaixo da copa. As 12 espécies de aves observadas removeram 17,4% dos diásporos na copa, sendo 60% consumidos por dispersores legítimos que dispersaram em média por 6,6 m de distância. Aves predadoras consumiram 30% dos diásporos removidos por aves, representando um custo para a dispersão, no entanto ainda com estes custos. aves podem produzir potencialmente 8,6 plântulas ao final do processo. No solo, formigas removeram 46,5% dos diásporos e foram mais importantes quantitativamente para a dispersão que aves. Foram registradas 34 espécies de formigas e 181 interações com diásporos, sendo 37,6% remoções a uma distância média de 0,33 m. Destes, a metade foi realizada por formigas potencialmente granívoras que também podem prejudicar a regeneração de plântulas. No entanto o resultado geral encontrado demonstrou que plântulas próximas a ninhos sobreviveram mais que as distantes e a dispersão secundária incorporou praticamente o dobro de plântulas ao saldo final de plântulas produzidas por dispersores (15,9). Assim, embora possa haver grande variação e custos relacionados às interações com aves e com formigas, no processo de dispersão de X. sericea, a dispersão em duas fases é bastante vantajosa para espécie.