Proposição de um coquetel fágico para controle de biofilmes de bactérias redutoras de sulfato em ambientes relacionados à indústria de óleo e gás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cunha, Paloma Cavalcante
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/29247
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2021.170
Resumo: Na indústria petrolífera, os biofilmes formados por Bactérias Redutoras de Sulfato (BRS) causam grandes danos relacionados à corrosão de tanques e tubulações, além da produção de gases tóxicos como o H 2 S. Os biocidas químicos, atualmente mais utilizados para o controle desses microrganismos, são frequentemente ineficazes contra biofilmes. Assim, os bacteriófagos (ou fagos) tem sido estudado como agentes alternativos de tratamento. Fagos são vírus que infectam bactérias e podem degradar substâncias poliméricas na matriz do biofilme, expondo as bactérias à infecção por novas partículas virais ou à estresses físicos e químicos. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo formular coquetéis de fagos e avaliar seu potencial no controle do biofilme formado por uma cultura mista de BRS de composição desconhecida. Para isso, 10 fagos foram isolados de amostras de esgoto e analisados por microscopia eletrônica de transmissão (MET). Bactérias de crescimento rápido foram então usadas para triar os fagos isolados quanto ao potencial para reduzir a formação de biofilme e para avaliar o espectro de hospedeiro. O espectro do hospedeiro foi investigado pela análise da curva de crescimento de cada bactéria e o potencial para reduzir a formação de biofilme foi investigado pela quantificação da biomassa do biofilme. Como todos os fagos mostraram-se promissores no controle desses biofilmes, todos foram testados separadamente contra a cultura de BRS. A partir dos resultados obtidos com os fagos testados separadamente, 6 coquetéis foram formulados pela combinação dos isolados, que foram então testados para o controle da formação de biofilme pela cultura de BRS. Os fagos dos coquetéis também foram analisados quanto à estabilidade após incubação em diferentes condições de temperatura e pH, bem como em água do mar. A análise microscópica revelou a presença de 4 miovírus, 3 sifovírus e 3 podovírus. Três desses isolados foram capazes de infectar mais de um gênero bacteriano, sendo, portanto, fagos polivalentes. Todos os fagos foram capazes de, separadamente, reduzir a formação de biofilme de pelomenos uma espécie bacteriana não hospedeira, e 5 foram capazes de reduzir a formação de biofilme pela cultura de BRS. Três dos seis coquetéis testados, Coq3, Coq5 e Coq6, reduziram a formação de biofilme pela cultura de BRS em 15%, 44% e 43%, respectivamente. Embora Coq5 tenha mostrado a maior porcentagem de redução (embora com pouca diferença de Coq6), Coq6 foi o mais promissor, uma vez que esses fagos tiveram melhor estabilidade nas diferentes condições estudadas em comparação com os fagos do Coq5. Todos os fagos do Coq6 permaneceram completamente estáveis quando incubados em água do mar e apresentaram viabilidade acima de 50% quando incubados em pH 4, características interessantes para uma aplicação de campo na indústria petrolífera onde baixos valores de pH e alta salinidade podem ser alcançados. Análises futuras de sequenciamento de genoma dos fagos e a identificação das espécies que compõem a cultura de BRS, bem como análise dos componentes do biofilme, devem ser realizadas para obter uma melhor compreensão das relações fago-biofilme. Em conclusão, a abordagem para seleção de coquetéis parece ser uma estratégia promissora. Palavras-chave: Bacteriófagos. Biocontrole. Fagos polivalentes.